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Artigo de Opinião

Conselheiro das Comunidades - África do Sul

15/12/2025 03:30

A quadra natalícia é frequentemente associada a imagens de reuniões familiares, refeições partilhadas, troca de presentes e tradições afetuosas.

Porém, por detrás dessa alegria existe uma verdade, absoluta, para aqueles que vivem desacompanhados ou enclausurados em condomínios, esta altura do ano pode exacerbar sentimentos de abandono, perda e isolamento que conduz a sentimentos de profunda ansiedade e até de medo, fruto de ausência dos familiares mais próximos e de uma nítida falta de interações sociais.

Estas emoções são comuns e não são abordadas apesar de merecerem uma melhor atenção e, não obstante de ser uma quadra associada à família, para aqueles a viverem próximo de familiares e amigos, a ausência desses entes queridos e amigos torna-se especialmente em uma situação difícil e afeta um grande número de nossos compatriotas idosos, aqui, na África do Sul.

A solidão nem sempre se manifesta como uma tristeza evidente, manifesta-se, sim, muitas vezes, através de ansiedade, irritabilidade ou mudanças súbitas de comportamento como deixando de participar em atividades, evitar conversas, perda de interesse pelas coisas de rotina, como também pelos sinais físicos, onde se constatam alterações nos padrões de sono, apetite, higiene pessoal e atavio também podem indicar stress emocional.

Nesta quadra festiva e seus feriados é algo mais difícil para pessoas que entraram no crepúsculo de suas vidas, em especial aquelas que vivem sozinhas ou perderam entes queridos, a solidão é mais profunda, vivem o luto e sentem-se mais isoladas para além de casos de depressão como são constatáveis.

O não comparecimento dos filhos adultos que residem longe, por motivos de trabalho ou vivem no estrangeiro, as visitas são infrequentes ou não existentes algo que como não pode deixar de ser agrava a solidão em que vivem por sentirem carentes de uma demonstração de benquerença por mais pequena que seja essa desmonstração e a sua falta produz um acentuado sentimento de abandono e de não pertença, fatores que abalam os idosos e põem em risco a saúde, quer física quer mental além de outros e até de levarem ao ponto de se sentirem inúteis.

Para além dos problemas de solidão que afetam idosos da nossa comunidade, existem também outros, como por exemplo o envelhecimento, indigência, pessoas carentes de auxílio psicológico, nomeadamente, vítimas da violência criminal e familiares que ficam afetados por ações criminosas repugnantes.

É premente dotar os consulados de uma verba destinada a auxílio psicológico a vítimas da violência criminal de modo a dar uma resposta adequada à recuperação psicológica de pessoas afetadas gravemente pelo flagelo da violência.

Sugeri há alguns dias a esta parte ao Adido Social da Embaixada de Portugal que deveríamos pugnar pela criação de um Fundo de Auxílio para acudir a casos gritantes de pobreza e falta de meios para assistência médica e medicamentosa para nacionais idosos, indigentes e doentes em situação de carência económico-social não superável, idosos com vivências penosas e que seus filhos ou outros familiares não têm posses para ajudar.

Em consequência de todos estes fatores vêm-se forçados a votá-los ao abandono sendo que nalguns casos por simples etarismo, fatores estes que aprofundam o entristecimento e a solidão atroz no crepúsculo de suas vidas.

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