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Artigo de Opinião

Nutricionista

24/10/2022 08:00

E porquê este tema? Porque apesar do desenvolvimento, existem, sempre, flutuações na política e economia, na história da humanidade e há sempre quem seja incapaz de usufruir e acompanhar a evolução e inovação da alimentação, da informação e dos mercados.

Esta temática coloca-se, cada vez mais, principalmente, no atual panorama mundial e principalmente europeu. A inflação e o aumento do custo dos combustíveis, energia e alimentos essenciais como os cereais, tem trazido à tona a questão da acessibilidade à alimentação nutritiva para todos.

Segundo a FAO, milhões de pessoas em todo o mundo não podem pagar uma dieta saudável, colocando-as em alto risco de insegurança alimentar e desnutrição. E, inúmeras pessoas ao redor do mundo estão sofrendo os efeitos dominó de desafios que não conhecem fronteiras.

O esforço das famílias é cada vez maior para conseguir suprir necessidades básicas e cabe a todos nós arranjar soluções para este incremento de preços que estamos a sofrer.

Então deixo a seguinte pergunta no ar:

Será que não cabe aos governos e instituições locais, conjuntamente com profissionais de saúde e nomeadamente nutricionistas, arranjar estratégias que incrementem a produção local e que auxiliem a população sem acessibilidade a alimentos mais caros, a escolher alimentos regionais, a custos mais acessíveis, mas que potenciem uma alimentação completa, equilibrada e saudável?

Em tempos de guerra lutemos com as melhores armas e exploremos o que nossa terra e agricultura tem a dar. Tudo é possível. Já no tempo dos avós, era possível! Vamos lá investir no desenvolvimento local com estratégia, formação, inclusão e numa perspetiva de auto-sustentabilidade! O que temos na terra é bom, natural e saudável!

É importante o apoio à agricultura para que consigamos, realmente, suprir as populações com alimentos regionais, sazonais, seguros, nutritivos e de custo acessível.

É crucial o apoio à Nutrição Comunitária e de Saúde Pública, para que melhor informação, chegue às famílias, para que possam saber combinar os alimentos acessíveis de formas equilibradas.

Também segundo a FAO, alimentos suficientes são produzidos hoje para alimentar todos no planeta. Portanto, temos o dever de continuar a combater o desperdício. Já existem inúmeras iniciativas na restauração e hotéis de mobilização de alimentos que geravam desperdício a famílias necessitadas ou de venda, ao final do dia, de alimentos próprios e seguros para consumo, que iriam para o lixo, a preços mais acessíveis, que devem continuar a ser apoiadas. Outras iniciativas poderão e deverão surgir.

Uma questão que não quero deixar de enfatizar é o aumento desmedido de alguns preços, de forma irrealista, incongruente e que para mim só demonstra a ganância infeliz de muita gente. Tudo bem que os aumentos dos combustíveis impactam todos os preços, mas, por favor, se os cereais são o problema não vamos triplicar o custo dos lacticínios, do sabão, dos pensos higiénicos, fraldas, e sabe-se lá mais o quê! Sanções deviam ser aplicadas para estes casos!

Temos que parar de olhar só ao nosso umbigo e pensar no bem comum! Um dia a inacessibilidade e dificuldade económica baterá à nossa porta, aliás, já está a começar a bater à nossa porta! Queixar-se não trará milagres. É imperativo, sim, trabalhar em soluções!

Vamos lá todos: governo, setor privado, cientistas, sociedade civil e população, chegou a hora do desenvolvimento ser mais participativo! Todos somos a mudança!

"Um mundo sustentável é aquele em que todos contam", FAO!

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