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Artigo de Opinião

21/02/2023 08:00

Olhando à nossa volta, percebemos que essa não é a postura de pessoas com responsabilidades. Há dias, o presidente do governo regional da RAM fez afirmações sem qualquer sustentação factual, usando os meios de comunicação social para debitar a sua convicção, propalada depois pela massa acrítica do seu partido, qual megafone que engole todo o argumento que contrarie essa opinião. "Os jovens qualificados na Madeira só estão desempregados por opção", disse ele. Que dados estiveram na origem dessa afirmação? Quantos jovens ouviu? Isso não interessa nada. O importante é o bitaite que o presidente do governo lança, para colocar a culpa do desemprego em quem está nessa situação, sem questionar a razão de, ao fim de 46 anos de governo laranja, se ter chegado a este estado. Estão desempregados? Gostam de viver à custa de subsídios. São pobres? É porque querem. Vivem na rua? Gostam disso. Toxicodependentes? Malandrice e falta de educação em casa.

Nestes quase 50 anos de práticas laranjas na RAM, percebe-se que pensar de forma crítica é prática que não interessa. Importante é repetir até à exaustão as mentiras que os conservem no poder. Para isso, convém manter a população dependente do governo e dos seus diversos braços, de forma a que interiorizem a sua dependência.

Vivemos na região do país com o mais elevado risco de pobreza e em que a habitação atinge dos valores mais elevados em Portugal. Todavia, continuamos a ouvir Miguel Albuquerque a negar que esse problema exista, rejeitando várias das causas que levam a esta situação e preferindo acusar o governo da república. Veja-se o que o PSD fez em 2018, com a Nova Geração de Políticas de Habitação: sabendo que a Câmara do Funchal, com um executivo que não era da sua cor, construíra e vira aprovada no início de 2020 a sua Estratégia Local de Habitação (documento sem o qual não se poderia aceder a financiamento da República para construção e reabilitação); sabendo que a habitação é uma chaga no Funchal, optou por não elaborar a sua estratégia regional de habitação, para que o executivo do Funchal não pudesse avançar com as propostas que tinha no documento estratégico aprovado. Usar a política como um instrumento de defesa do bem comum? Náááááá… O que interessa é o partido e os seus acólitos. A população que aguente. Querem é pão e circo, pensam eles, e isso o PSD é exímio em oferecer.

O governo de António Costa apresentou propostas muito válidas sobre habitação, para discussão pública. Toda a gente pode participar no debate. Que faz Miguel Albuquerque? Ridiculariza a iniciativa e recusa que a RAM venha a ser abrangida por estas medidas. Sabemos que, logo a seguir, usará as verbas que virão dessa mesma República e divulgá-las-á como suas, "cramando" contra elas sem pudor…

Ao governo regional falta a "Gravitas". Falta a seriedade e a ética na gestão da coisa pública. O mais grave é que muita gente, até hoje, só conheceu esta forma de governar e regula toda a ação política por este padrão, acreditando que é única e que todos são iguais. Não são! Gravitas, procura-se!

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