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Artigo de Opinião

Subdiretor JM

3/06/2023 08:05

Hoje, mais do que nunca, compreendemos e aceitamos comportamentos desviantes, acomodamo-nos à letargia, conformamo-nos com insucessos… enfim, encaramos tudo como se se tratasse de um novo normal. Mas não é. Importa recuperar princípios, resgatar valores e lutar contra o marasmo que predomina um pouco por toda a parte.

A história do copo meio cheio ou meio vazio é antiga. E vale para quase tudo.

Se as listas de espera na saúde são extensas, as do ‘vizinho’ são ainda maiores.

Se os números do Turismo batem recordes, também se preenchem de visitantes que nada deixam à economia madeirense.

Se a coligação PSD/CDS está à beira da maioria absoluta, também será difícil encontrar mais parceiros à direita.

Se existem eventos que convencem multidões, questionamo-nos sobre as duplicações de datas.

Não surpreende, por isso, a forma admirável como nos entretemos a aplaudir a mediania, abraçando-a com a leveza caraterística dos irresponsáveis. Precisamos mesmo de algo para nos entreter.

Mais inesperada, ou talvez não, é a celebração da mediocridade, festejos que matam a ambição pela procura por querer mais sem invejar o próximo, como é exemplo o que aconteceu recentemente com o sufoco vivido pelo Nacional. A felicidade da permanência na II Liga não pode condicionar o pensamento crítico sobre um projeto que falhou, apesar de (só) ter ficado à beira do precipício.

Festejos que o Marítimo quer replicar nos Barreiros, na próxima semana, após um ano terrível, dos menos produtivos da sua história. As goleadas dos adeptos, que enchem sucessivamente o recinto desportivo, justificariam outras tomadas de decisões. Inclusivamente não deveria ser permitido pedir para que festejem a obtenção dos mínimos como se da ‘Champions’ se tratasse.

A alegria de perceber que o pior não aconteceu não deve ser interpretada como um sucesso. É apenas um mal menor, mas não deixa de ser um mal que deveria originar mudanças profundas a vários níveis, começando pela postura dos homens que têm agora a ‘caneta’ administrativa da SAD. Porque para o ano, a lógica de responsabilizar quem saiu e não fechou a porta esfumou-se.

A verdade é que o desporto profissional na Madeira vive tempos tormentosos. A descida do CAB é exemplo mor. E parece estar na hora de repensar todo o modelo.

O desporto é apenas um exemplo de celebração do derrotismo. Mas o triste padrão da felicidade de perder por poucos toca todas as áreas.

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