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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

28/06/2023 08:00

Numa visão holística, poderíamos considerar o Homem, enquanto ser social, um organismo complexo, que encerra em si uma miríade de capacidades, competências, aptidões, e que resulta do somatório dessas mesmas, competências, valências, aptidões e capacidades individuais, uma simbiose quase perfeita, que permite não só a sobrevivência da espécie, mas acima de tudo uma existência evolutiva, que leva à existência de Futuro elevado.

No entanto é necessário concretizar que nesta visão, o sucesso existencial é dependente também de um respeito pleno por tudo o que nos rodeia, que nós somos existências efémeras e frágeis, partes infinitesimais de um plano maior, e que deveremos ter esta humildade existencial sempre presente, enquanto seres contribuintes para um Futuro, "os fantasmas, são débeis sombras da realidade. Aquilo que vive cá é mais real do que as pessoas. Nós é que somos os fantasmas da sua realidade" John Steinbeck.

Por outro lado, nesta visão da existência do Homem, que eu acredito, é forçoso crer que na base do Homem existe apenas o Bem, que existe uma, tendência natural do espírito para uma acção benevolente, e tudo o resto serão comportamentos desviantes.

No entanto por estes dias, é fácil apercebermo-nos que o homem sofre de um mal crónico o egoísmo, comportamento este, claramente desviante e deletério para a existência de um Futuro, se todos apresentarem uma atitude, em que os seus interesses, necessidades e opiniões, são colocados em primeiro lugar em detrimento de todos os outros (incluímos aqui toda a realidade que rodeia a sua existência), não teremos futuro, enquanto existência de grupo, mas também individual.

Este individualismo extremo, não é inato, mas parte sim de um condicionalismo circunstancial, a ideia errada que a vida existe para Ter ao invés do Ser, acima de tudo dinheiro, o vil metal, o princípio do mal, na verdade um mal necessário, mas que facilmente faz o homem degenerar num comportamento desviante do dinheiro pelo dinheiro, o Ter pelo Ter.

Não conseguimos viver sem capital, o capital faz parte da nossa vida e é difícil, senão impossível conceber uma vida sem o vil metal, o problema reside na não observação da existência enquanto parte menor de um todo, cumprindo a humildade que nos deve ser reconhecida, é a subversão de valores, é o capital pelo capital, é o querer sempre mais (essa não deverá ser a força motriz da vida) é a subjugação ao capital, o homem vende a sua liberdade e moral ao capital, os seus destinos e seus desígnios são dominados pelo capital.

Esta vivência centrada em si próprio, que despreza as necessidades alheias é, pois, vazia. Liberte-se do egoísmo que aprisiona o seu espírito, renuncie ao seus interesses, vontades e conveniências em prol do Bem comum, deixe o seu espírito livre para trilhar o seu caminho natural, o exercer o Bem de forma constante.

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