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Artigo de Opinião

Nutricionista

11/04/2022 08:00

Este pai, ansiava a chegada da sexta-feira à noite. Queria descansar e, finalmente, usufruir da sua família. Então, à sexta, jantava bem e em abundância e bebia um bom vinho, ou uma garrafa de vinho ou quem sabe duas! Ao fim de semana, levava os filhos a um belo "XPTO Burguer" e deleitavam-se todos com "Mega Menus" de batatas fritas!

Ao sábado ou domingo ainda havia, sempre, espaço para um convívio com os amigos que nunca mais vira, devido a advertências do COVID. Havia sempre amigos que nunca mais vira! Os putos brincavam com os outros putos e comiam umas doses de batatas e gelados. Já os adultos bebiam rodadas de cervejas e uns dentinhos de patinhas de porco e amendoins.

No tempo que restava, já em casa, via um filme com a esposa, enquanto os filhos divertiam-se a ver vídeos no telemóvel. Muitas vezes, como chegavam tarde a casa e como não apetecia cozinhar, chamava o "Lazy to cook" e lá lhe entregavam pizzas para o jantar. "Que bem sabe a vida!", dizia ele, a comer uma suculenta fatia!

E era assim, a vida singela deste pai de família! Dia após dia, semana após semana, quilo após quilo, colesterol alto após triglicéridos altos, gota após hipertensão, enfarte até...! Até a bomba explodir!

Era assim e foi assim! Foi-se novo, deixou filhos pequenos e uma mãe sozinha!

Moral da história: Que tal reformular o que é viver bem e o que é viver um dia como se fosse o último? Podemos morrer amanhã, é verdade! Mas que não seja porque nós escolhemos ou porque todos os nossos atos tiveram a morte como consequência.

A realidade é que é difícil mudar! Temos tantos hábitos que estão tão enraizados nas nossas rotinas diárias, que, por vezes, mudar parece impossível. Mas e que tal mudar uma pequena coisa de cada vez?

Sabemos que o ser humano consegue mudar pouco mais que "uma coisa" por mês! Mas então, tentemos mudar "essa coisa"!

O problema, muitas vezes, está na definição de objetivos inatingíveis, em pouco tempo. Acabamos desmoralizados e voltamos a hábitos antigos.

Em vez de: "Vou andar todos os dias!", que tal: "Vou começar a andar pelo menos uma vez por semana". Ou, em vez de: "Vou só comer saladas", que tal: "Vou tentar comer fast-food apenas uma vez por semana".

Não temos de mudar tudo de uma vez e não temos de fazer dietas demasiado restritivas. Temos sim de desinflamar, começar com pequenos passos a cuidar de nós, reduzir o stress a meditar e refletir no que, por pouco que seja, podemos melhorar! Mas que exista esse esforço mínimo, para que o resto caia do céu!

Noto, muitas vezes, a relutância das pessoas em mudar e assusta-me! Assusta-me que nunca existe solução para um problema ou alternativa viável para a mudança. Uma hipótese de mudança, por mínima que seja, nunca é viável ou nunca presta! Assusta-me estar perante casos eminentes de bombas-relógio que não se incomodam se explodirem e não se preocupam com os danos colaterais.

Nestes dias, pós comemoração do dia mundial da saúde, por favor reflitam!

Querem ver os vossos filhos a crescer e os vossos netos a nascer? Querem aproveitar a vida, com qualidade de vida e com saúde? Querem ser o exemplo para os vossos descendentes ou querem que eles acabem como vocês? Hipertensos, obesos e com vida curta?

"TIC, TAC, o relógio está a andar! TIC, TAC, TIC, TAC, o enfarte está a chegar"!

Nota: A história foi ficcional, mas sem dúvida se assemelha em muito à realidade dos nossos dias!

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