MADEIRA Meteorologia

Conselho da Europa apela a mais escrutínio anticorrupção nos quadros superiores do Governo português e polícias

Data de publicação
02 Setembro 2025
11:14

O Conselho da Europa considerou hoje que os topos hierárquicos do governo português e forças de segurança são pouco escrutinados sobre medidas de prevenção da corrupção, embora saliente que Portugal fez progressos nesta matéria.

De acordo com um relatório do Grupo de Estados contra a Corrupção (Greco) do Conselho da Europa hoje divulgado, “Portugal registou progressos na adoção de medidas para prevenir a corrupção entre os altos cargos executivos do governo central e das forças policiais, mas são necessárias mais ações”.

Numa avaliação intermédia das medidas de prevenção da corrupção, o Greco concluiu que Portugal implementou parcialmente 18 das 28 recomendações feitas no passado pelo Conselho da Europa.

O Greco destacou a entrada em funcionamento do Mecanismo Nacional Anticorrupção e a Entidade para a Transparência e a adoção do Código de Conduta, “embora ainda haja muito trabalho a fazer para consolidar todas as normas de integridade e fornecer orientações práticas”.

O grupo especializado do Conselho da Europa considera que “as autoridades devem tomar medidas mais determinadas para garantir que os controlos de integridade sejam efetivamente aplicados a todas as pessoas com funções executivas de alto nível”, algo que não acontece.

São “necessários esforços adicionais para tornar o processo de acesso à informação mais eficiente, rever o atual procedimento de consultas públicas sobre decretos-leis e regulamentar o ‘lobbying’ e aumentar a sua transparência”, pode ler-se no documento.

“Nem a nova Estratégia Nacional Anticorrupção e o seu Plano de Ação para o período 2025-2028, nem um plano de prevenção do risco de corrupção específico para pessoas com funções executivas foram ainda adotados”, refere o relatório.

O grupo “espera que as autoridades clarifiquem ainda mais as regras relativas aos presentes e garantam a publicação atempada das informações introduzidas no registo central de presentes” dados a responsáveis.

O relatório sustenta que a divulgação dos bens “deve ser alargada aos membros do gabinete e que todas as declarações de bens, interesses e responsabilidades das pessoas com funções executivas de topo devem ser tornadas publicamente acessíveis na prática”.

O Greco é um órgão do Conselho da Europa que visa melhorar a capacidade dos seus membros de combater a corrupção, monitorizando o cumprimento das normas anticorrupção e incluiu, além dos países-membros, o Cazaquistão e os Estados Unidos da América.

Sobre a PSP e a GNR, o relatório destaca o facto de as duas forças terem “canais internos de denúncia de irregularidades”, mas defende a “necessidade de melhorar o equilíbrio de género, criar um mecanismo de aconselhamento confidencial e um sistema de verificação regular”.

São referidas outras questões, como a “revisão do regime disciplinar e dos procedimentos de nomeação e promoção de indivíduos para cargos superiores, a implementação de salvaguardas em matéria de conflitos de interesses e o reforço da transparência das doações e patrocínios” na PSP e GNR.

Para os autores do documento, PSP e GNR “ainda precisam de desenvolver estratégias específicas de combate à corrupção” e é necessário o reforço de pessoal do “quadro de pessoal da Inspeção-Geral dos Assuntos Internos (IGAI)”.

O Greco elogiou a adoção do novo Código de Conduta da PSP e o trabalho em curso para finalizar um documento semelhante para a GNR, embora saliente que os dois códigos “ainda precisam de ser complementados por orientações práticas” para os profissionais.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Como avalia o desempenho das autoridades no combate ao tráfico de droga?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas