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Médio Oriente: Cinco ministérios israelitas apelam a boicote de jornal progressista

Data de publicação
31 Outubro 2024
17:54

Pelo menos cinco ministérios israelitas cortaram relações com o diário Haaretz, depois de o editor do jornal ter acusado o governo de Israel de impor um “regime de apartheid cruel” aos palestinianos.

“O governo do [primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu não se preocupa em impor um regime de apartheid cruel à população palestiniana”, afirmou no domingo Amos Schocken, o editor da publicação progressista, numa conferência organizada pelo seu jornal em Londres.

Schocken também acusou Israel de ignorar os “custos para ambos os lados da defesa dos colonatos [na Cisjordânia ocupada], enquanto luta contra os combatentes palestinianos da liberdade a quem Israel chama terroristas”.

Citado pela imprensa local, o diretor-geral do Ministério da Administração Interna, Ronen Peretz, argumentou que as declarações de Schocken “provocam repulsa e mostram uma desconexão com os valores básicos”.

Peretz afirmou que a ofensiva israelita, que já provocou matou mais de 43.000 pessoas em Gaza e mais de 2.800 no Líbano, “não podia ser mais justificada”.

Por seu lado, o ministro da Administração Interna israelita, Moshe Arbel, ordenou que os seus colaboradores boicotem qualquer colaboração com o Haaretz, noticiou o meio Ynet.

Entretanto, o diretor-geral do Ministério da Diáspora, Avi Cohen-Scali, também atacou o editor do Haaretz, um dos mais críticos em relação à política de Netanyahu e um dos poucos que não se limita a publicar declarações do exército e do governo sem questionar as autoridades, segundo a agência EFE.

“O nosso ministério é responsável pela campanha contra a deslegitimação de Israel e é espantoso ver especificamente uma organização supostamente ‘israelita’ a agir contra Israel a partir de dentro”, escreveu Cohen-Scali.

Os outros ministérios que criticaram Schocken foram os ministérios da Comunicação, dos Transportes e o da Educação.

De acordo com a imprensa israelita, o editor do Haaretz descreveu também a situação em Gaza e na Cisjordânia como uma “segunda Nakba (catástrofe em árabe que designa o êxodo palestiniano durante a guerra de 1948)”.

A televisão israelita Channel 12 disse que o boicote do governo poderia incluir a suspensão de toda a publicidade e anúncios, tanto impressos como digitais.

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