A ajuda humanitária internacional deverá poder entrar na Faixa de Gaza no sábado, avançou hoje o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.
"Estamos em negociações extensas e avançadas com todas as partes envolvidas para garantir que uma operação de ajuda a Gaza comece o mais rápido possível", disse Griffiths, citado por um porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), em Genebra.
"Uma primeira entrega deve começar amanhã [sábado] ou próximo disso", referiu Griffiths.
Questionado durante a conferência de imprensa regular da ONU em Genebra, o porta-voz Jens Laerke explicou que não era capaz de ser mais preciso sobre a abertura da passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e Gaza, único ponto de entrada no território palestiniano que é não controlado por Israel.
Laerke reafirmou "a esperança de que as entregas possam começar o mais rápido possível, de uma forma segura, sustentável e que possam ser ampliadas".
Martin Griffiths e o secretário-geral da ONU, António Guterres, estão no Egito para negociar os detalhes da entrada, especialmente com as autoridades egípcias.
Israel indicou que aceita a entrada de ajuda estritamente humanitária na Faixa de Gaza, mas ainda não respondeu ao pedido urgente da ONU e das organizações não-governamentais (ONG) para permitir também a entrada de combustível para os geradores de hospitais ou empresas de dessalinização e padarias.
Os comboios de ajuda humanitária - que esperam há dias na fronteira egípcia para entrarem na Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de palestinianos - estão bloqueados em Rafah.
Na sexta-feira, foram removidos blocos de concreto colocados pelos egípcios após os bombardeamentos de Israel nesta fronteira com Gaza, disse hoje uma fonte de segurança egípcia à agência de notícia AFP, parecendo indicar que a abertura é iminente
Mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelita num ataque realizado pelo movimento islamita Hamas em 07 de outubro.
Segundo o exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das áreas atacadas.
Na Faixa de Gaza, mais de 3.700 palestinianos, a maioria civis, foram mortos nos bombardeamentos realizados pelo exército isrelita, segundo o último balanço das autoridades locais.
LUSA