Os Estados Unidos da América lamentaram hoje a falta de imparcialidade nas eleições da passada semana no Zimbabué, em que o Presidente em exercício reivindicou a vitória, e apelaram a uma maior transparência dos resultados.

Com base nas conclusões dos observadores regionais, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, referiu-se em comunicado a uma "parcialidade sistemática contra a oposição política durante a campanha".

As eleições realizaram-se na quarta-feira e a votação foi estendida por mais 24 horas para tornear as dificuldades técnicas no dia da votação.

De acordo com grupos da sociedade civil, a comissão eleitoral "pressionou os observadores eleitorais" para que aprovassem protocolos alterados, lê-se no comunicado do Departamento de Estado.

No domingo, o líder da oposição, Nelson Chamisa, de 45 anos, contestou a reeleição do Presidente, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, na sequência de um ato eleitoral cuja equidade foi posta em causa.

"Estas ações contradizem as repetidas promessas do Presidente Mnangagwa de respeitar o Estado de direito, a transparência e a responsabilidade", afirmou.

"Os Estados Unidos tencionam partilhar as suas preocupações com os líderes regionais, incluindo o que isto significa para os esforços da comunidade internacional no sentido de restabelecer o contacto com o governo do Zimbabué", afirmou Miller.

Os Estados Unidos condenaram igualmente a "intimidação" dos observadores eleitorais, cujo trabalho foi "perturbado", segundo o porta-voz do Departamento de Estado.

De acordo com a comissão eleitoral, Mnangagwa foi reeleito para um segundo e último mandato de cinco anos com 52,6% dos votos, enquanto Chamisa - que já tinha sido derrotado por Mnangagwa numa eleição muito disputada há cinco anos - obteve 44% dos votos.

Lusa