Contrariamente ao todo do País, onde o nascimento de novas empresas caiu 24% em 2020 face ao período homólogo, Os números contrariam as expetativas e a tendência nacional: em 2020, ano que marcou o início da pandemia por covid-19, foram constituídas na Madeira mais 881 sociedades.
Dados divulgados ontem pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), com base nos indicadores cedidos pela Direção-Geral da Política de Justiça ao Instituto Nacional de Estatística (INE), demonstram que o saldo entre as dissoluções e novas constituições foi positivo em 308 empresas.
Alojamento a crescer
Não obstante a drástica redução nos indicadores do Turismo, os dados da DREM atribuem aos setores do alojamento, restauração e similares o maior contributo para o saldo global positivo entre fechos e novas empresas. No ano passado, estes segmentos de atividade registaram um saldo positivo em 72 sociedades, um valor que só é acompanhado de perto pelo setor imobiliário, com mais 89 empresas criadas e 28 insolventes.
Por ordem decrescente, as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares contribuíram com um saldo positivo em 59 sociedades, as atividades de informação e de comunicação com mais 36, a construção com mais 27 e atividades de saúde humana e apoio social com mais 22.
Porto Santo: abrem 5, fecham 4
Olhando à localização geográfica, o concelho com maior número de novas empresas foi naturalmente o Funchal, que viu nascer 614 novas sociedades, mas perdeu em contrapartida outras 415.
Destaque para a ilha do Porto Santo que, no ano passado, constituiu cinco novas sociedades e dissolveu outras quatro, num saldo positivo de apenas uma empresa.
País: novas empresas caem 24%
No todo do País, o nascimento de novas empresas inverteu a tendência dos últimos anos e caiu 24% em 2020, para 37.558 entidades, o "que corresponde a um valor semelhante ao que se registou em 2016", segundo dados da Informa D&B.
De acordo com a consultora, deu-se "uma descida logo nos dois primeiros meses do ano (-17%)", tendo o nascimento de novas empresas ao longo do ano decorrido "ao ritmo da pandemia e das restrições".
Por Patrícia Gaspar