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Óbito/Maria Teresa Horta: Ministra sublinha “voz única e corajosa” que lutou pela liberdade

Data de publicação
04 Fevereiro 2025
12:11

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, lamentou hoje a morte da escritora Maria Teresa Horta, aos 87 anos, sublinhando a sua “voz única e corajosa” que lutou pela liberdade e os direitos das mulheres em Portugal.

A última das “Três Marias”, autoras da obra “Novas Cartas Portuguesas” (1972), morreu hoje, em Lisboa, anunciou a editora Dom Quixote.

Numa nota enviada às redações, a ministra da Cultura manifestou “profundo pesar” pelo desaparecimento desta “figura notável” da cultura portuguesa, e recordou que Maria Teresa Horta, ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, “desafiou o regime ditatorial e tornou-se um marco do feminismo português”.

“A sua escrita, marcada por uma voz única e corajosa, que abordou temas como a liberdade, o corpo feminino, o erotismo e a condição da mulher na sociedade portuguesa, continuará a inspirar futuras gerações de escritores e leitores, mantendo viva a luta pela igualdade e pela liberdade de expressão”, salientou a ministra da Cultura no texto.

Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres.

“Novas Cartas Portuguesas”, escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a partir das cartas de amor dirigidas a um oficial francês por Mariana Alcoforado, constituiu-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril, que denunciava a guerra colonial, as opressões a que as mulheres eram sujeitas, um sistema judicial persecutório, a emigração e a violência fascista.

Na nota de pesar, a ministra Dalila Rodrigues recorda ainda que Maria Teresa Horta produziu “uma obra vasta e fundamental” ao longo de seis décadas, elevando-a a “uma das mais importantes vozes da literatura portuguesa contemporânea”.

Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romances e contos.

Em dezembro de 2024, Maria Teresa Horta foi incluída numa lista elaborada pela estação pública britânica BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que incluía artistas, ativistas, advogadas ou cientistas.

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