A exposição ‘Coisa-Comum’, do artista madeirense Hélder Folgado, será inaugurada amanhã, às 17h00, na Fortaleza de São João Baptista do Pico (Fortaleza do Pico), no Funchal. O secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, estará presente no evento.
‘Coisa Comum’, apresentada anteriormente no Sismógrafo, no Porto, chega à Madeira pela Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, através da Direção Regional de Cultura, transformando a histórica fortificação numa plataforma de diálogo entre a herança do território e a arte contemporânea.
A exposição ‘Coisa-Comum’ é definida como um conceito operativo e um exercício especulativo que se propõe a abordar os processos de ordenamento do território à luz da transmissão de heranças, especialmente as que derivam de usos e costumes.
A exposição procura analisar as camadas de significados e funções que se sobrepõem e dialogam, criando vasos comunicantes, pontes conceptuais que ligam escalas, padrões e dimensões aparentemente distintas.
O objetivo final é explorar as tensões e os espaços de interação de ideias, formas e contextos que perduram em diferentes momentos da história, moldando a relação com o lugar.
Na perspetiva crítica de Samuel Silva, autor do texto que acompanha a mostra, a obra de Folgado reflete a ideia de que a busca pela unidade fundamental se encontra na pluralidade, citando Francisco Tropa e J.W. Goethe. Silva referindo que o mais difícil para um artista é “fazer sempre a mesma coisa de forma diferente”.
Os quatro trabalhos propostos nesta exposição constituem “diferentes finitos que apontam para uma mesma direção infinita”, suscitando as questões centrais do projeto: Como habitamos os lugares onde estamos juntos? Como nos relacionamos? O que é o comum?
Hélder Folgado, que vive e trabalha no Funchal, possui uma prática artística focada na geografia humana e nos mecanismos de transmissão cultural, explorando profundamente as relações entre território, identidade e memória coletiva.
O artista integra e combina diversos meios expressivos, sempre em estreita relação com as especificidades dos espaços e das comunidades onde trabalha, mantendo a sua arte como uma plataforma constante de mediação social e política.
O secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, refere que a chegada do projeto à Madeira representa mais um passo na dinamização dos equipamentos culturais da Região, promovendo novas leituras sobre o território incentivando o diálogo entre artistas, habitantes e visitantes.
O governante acrescenta que a apresentação desta exposição na Fortaleza do Pico “insere-se na estratégia de valorização do património cultural madeirense, reforçando o papel destes espaços históricos enquanto lugares de criação, reflexão e aproximação entre a comunidade e a arte contemporânea”.
Eduardo Jesus salienta ainda a importância de dar espaço e voz aos novos talentos regionais, que têm sido uma das apostas da Direção Regional da Cultura através dos seus espaços.
O secretário regional elogia ainda o percurso de Hélder Folgado não só como artista com variadas exposições no currículo, mas também como assistente na Porta 33 e como diretor artístico na Galeria da Boa Viagem.
A exposição conta com entrada livre e poderá ser visitada até fevereiro de 2026.