É inaugurada, no próximo dia 21 de novembro, pelas 18h, a inauguração da exposição de fotografia “Poesia da ilha pelo buraco da agulha”, um projeto artístico que cruza poesia, identidade madeirense e técnicas fotográficas artesanais. A mostra estará patente na Sala Multiusos do Centro Cultural de Investigação do Funchal e a inauguração contará com a presença do presidente da Câmara Municipal, Jorge Carvalho.
Idealizado e coordenado por Marco Gonçalves, o projeto integra a iniciativa “Das ideias aos Atos”, promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II e pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o apoio da Câmara Municipal do Funchal. O objetivo central passa por capacitar imigrantes e lusodescendentes residentes na região através da arte, reforçando competências linguísticas, estimulando a expressão criativa e promovendo a integração na comunidade.
Um dos pilares desta experiência multidisciplinar foi a interpretação de poemas de autores madeirenses que celebram a ilha e a cidade. Para os dinamizadores, esta abordagem permitiu transmitir “os eixos base da nossa identidade como povo, do nosso sentir, pensar e agir”, funcionando como um instrumento de aprendizagem e aproximação cultural.
A poesia serviu, assim, de ponto de partida para a criação artística, estabelecendo pontes entre a língua portuguesa, as vivências dos participantes e o património literário regional.
A dimensão fotográfica do projeto recorreu a câmaras estenopeicas analógicas (pinhole), construídas pelos próprios participantes com materiais reciclados. Estas câmaras, desprovidas de lente, produzem imagens através da passagem da luz por um pequeno orifício feito com uma agulha — inspiração direta para o nome da exposição.
O resultado são fotografias em papel de gelatina e sais de prata, que dialogam com os poemas trabalhados ao longo das sessões. Além das imagens, a mostra inclui também vídeos nos quais os participantes declamam obras de autores madeirenses, reforçando a dimensão performativa do projeto.
O trabalho foi desenvolvido ao longo de várias sessões orientadas por Idalina Camacho, Marco Gonçalves, Natércia Xavier e Sandro Nóbrega, que acompanharam os participantes desde a construção das câmaras até à revelação fotográfica e gravação dos vídeos.
A exposição pode ser visitada de terça a domingo, entre as 10h00 e as 18h00, até 5 de dezembro de 2025. A entrada é gratuita.