O Papa Francisco nomeou hoje D. Rui Valério, até agora bispo das Forças Armadas e de Segurança, como novo patriarca de Lisboa, sucedendo ao cardeal D. Manuel Clemente, que renunciou ao cargo após ter completado 75 anos de idade.O Papa Francisco nomeou hoje D. Rui Valério, até agora bispo das Forças Armadas e de Segurança, como novo patriarca de Lisboa, sucedendo ao cardeal D. Manuel Clemente, que renunciou ao cargo após ter completado 75 anos de idade.
O anúncio foi feito pela Nunciatura Apostólica, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
D. Rui Manuel Sousa Valério tem 58 anos de idade e é natural da Urgueira, no Concelho de Ourém, contando no seu percurso com vários anos de serviço junto das forças militares.
Membro da congregação dos Padres Monfortinos, fez a profissão perpétua em outubro de 1990 e recebeu a ordenação sacerdotal a 23 de março de 1991, em Fátima.
Como sacerdote, esteve nas paróquias do Concelho de Castro Verde, na Diocese de Beja, primeiro como coadjutor, de 1993 a 1995, e depois como pároco, de 2001 a 2007.
Foi também coadjutor na Póvoa de Santo Adrião, no Patriarcado de Lisboa, de 1996 a 2001 e nomeado pároco em 2001, missão que exercia antes de ser nomeado bispo pelo Papa Francisco, a 27 de outubro de 2018.
Em 2016, durante o Jubileu da Misericórdia, o novo patriarca foi um dos 1071 sacerdotes enviados pelo Papa Francisco como "missionário da misericórdia" às comunidades de todo o mundo.
D. Rui Valério foi ordenado bispo a 25 de novembro de 2018 no Mosteiro dos Jerónimos, em cerimónia presidida por D. Manuel Clemente.
O novo patriarca de Lisboa tem como lema episcopal ‘in manibus tuis’ (nas tuas mãos), evocando o abandono nas mãos de Deus; as armas de fé incluem uma referência a Nossa Senhora de Fátima e uma referência ao carisma da família religiosa monfortina, a que pertence.
Na Conferência Episcopal Portuguesa, tem funções de delegado para as relações bispos/vida consagrada e é membro da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
Em dezembro de 2021, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas condecorou D. Rui Valério, impondo-lhe a Medalha Cruz de São Jorge, de 1.ª classe.
O louvor dirigido na atribuição do reconhecimento destaca a "grandeza do seu caráter e da elevada estatura espiritual, que se têm constituído grande fonte de inspiração, nomeadamente no que respeita à motivação de bem servir".
Lisboa, onde a presença da Igreja remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, foi elevada a metrópole eclesiástica, em 1393; em 1716 o Papa Clemente XI elevou a capela real a basílica patriarcal, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada.
Sucederam-se até hoje 18 patriarcas, de D. Tomás de Almeida a D. Rui Valério.
D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa desde 2013, apresentou a sua renúncia ao Papa, que a aceitou após o cardeal português ter atingido o limite de idade (75 anos) determinado pelo Direito Canónico para o exercício do ministério.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, no dia em que celebrou o seu 75.º aniversário (15 de julho), o responsável católico falava de "urgência" na definição do seu sucessor, antes do início do próximo ano pastoral, em setembro, após a realização da JMJ 2023.
D. Manuel Clemente mantém-se como administrador apostólico do Patriarcado de Lisboa, até à tomada de posse do seu sucessor.
A Diocese de Lisboa tem como auxiliares D. Joaquim Mendes, com 75 anos de idade, e D. Américo Aguiar, que Francisco vai criar cardeal a 30 de setembro.
Agência ECCLESIA