O grupo parlamentar do PSD na Assembleia da República levou na manhã desta terça-feira à Comissão Parlamentar de Educação a sua intenção e adiar a ronda do Parlamento Jovem agendada para a Madeira nos dias 17 e 18 de março, por entender que dado o período eleitoral que vive na Região colidiria com as regras da isenção. Todavia, a discussão do ponto acabou por ser adiada, no mínimo, em uma semana – as reuniões de comissões têm essa cadência – pelo que o grupo parlamentar do PSD vai levar, em última instância, o tema à Conferência de Lideres, que terá lugar amanhã, então pela voz do seu líder parlamentar, Hugo Soares.
Hoje, o assunto estava ponto 4 da ordem de trabalhos, com o PSD, por intermédio da deputada Inês Barroso, logo de entrada, a tentar que passasse para o primeiro lugar, mas aqui foi o PS a se opor, considerando que deveria continuar na sua posição normal. Ato contínua, o grupo parlamentar do Chega requereu o adiamento potestativo do ponto em questão, proporcionando esse protelar em pelo menos uma semana, e praticamente inviabilizando qualquer tentativa de adiamento da iniciativa.
Posto isto, “resta-nos a Conferência de Líderes, amanhã pelas 10h00, onde o nosso líder parlamentar, Hugo Soares, vai levar esta questão aos demais líderes dos restantes grupos parlamentares e requerer a suspensão dos trabalhos do Parlamento Jovem, na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, em virtude de considerar que a realizar-se com a presença de uma deputada do PS e de um deputado do Chega, efetivamente está aqui colocada em causa o princípio a imparcialidade e da neutralidade eleitoral, que está advertido no artigo 60 da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira”, elucida Paula Margarido ao JM.
Recorde-se que está aprazada para 17 de março, no Parlamento Regional, a sessão relativa ao ensino básico, com a presença da deputada Sofia Canha, enquanto que para o dia seguinte está marcada a sessão destinada ao ensino secundário, com André Ventura, pelo Chega.
As presenças dos deputados nas diversas fases regionais, são determinadas pela Assembleia da República, através do método de Hondt, tendo calhado ao PS e ao Chega indicar os nomes para a Madeira. Os socialistas delegaram na deputada eleita pelo círculo eleitoral da Madeira, mas o Chega optou por indicar o seu líder.
“Fico extremamente orgulhoso que o Chega tenha feito o que nenhum outro partido fez no Parlamento Jovem, que é a oportunidade de os jovens madeirenses conviverem diretamente com o Presidente Nacional de um partido. Graças ao Chega, e apenas ao Chega, e por iniciativa do Chega, os jovens da Região Autónoma de Madeira vão poder partilhar o espaço parlamentar com o da oposição política portuguesa e contactar de forma direta com a figura mais carismática da política nacional. Uma vez mais, tenho todo o orgulho em pertencer a um partido que faz pela Madeira o que nenhum outro fez”, explica Francisco Gomes, o deputado eleito pelo Chega na Madeira, considerando que a indicação de Ventura dignifica a iniciativa e não entende motivos para discórdia ou polémica.