Foram dois os motivos que levaram a coligação Mais Santa Cruz a votar contra o orçamento municipal apresentado hoje e que foi aprovado apenas com os votos favoráveis do JPP.
As razões, de acordo com uma nota enviada ao Jornal, são a falta de legalidade de alguns documentos apresentados e a forma como serão aplicadas as verbas.
No que diz respeito à legalidade dos documentos, “desde logo não se entende a inclusão de matérias que não devem constar na proposta de orçamento mas sim em sede própria e para as quais estava a ser solicitada (indevidamente) a aprovação da Assembleia”.
Quanto às contas propriamente ditas, “apesar de estar contabilisticamente correto, este é o exemplo perfeito de como um Orçamento certo nas contas está completamente errado na ambição. ala-se de autonomia financeira, de planeamento estratégico, de visão de longo prazo. No entanto, quando passamos do discurso para os números, o entusiasmo esmorece”.
A coligação entende que “o investimento municipal cai cerca de 4 milhões de euros face a 2025, pelo que fala-se mais de futuro, mas investe-se menos nele. Diz-nos o executivo que esta redução se deve ao fim de alguns grandes projetos mas um concelho não entra em pausa porque uma obra acabou. Quando há visão, um projeto termina e outro começa. Outro dado que não pode ser ignorado é o crescimento da despesa corrente, que já representa mais de 77% do orçamento, com especial destaque para as despesas com pessoal, que ultrapassam os 40% do total”.
Além disso, refere, “apresentar um saldo de gerência com mais de 15 milhões de euros como prova de boa governação é, no mínimo, admitir que as decisões estruturais foram adiadas”.
O Mais Santa Cruz entende que “governar exige escolhas e este orçamento escolhe o caminho mais seguro: manter a máquina a funcionar e adiar decisões difíceis”, acrescentado ainda que “Santa Cruz não precisa apenas de contas certas. Precisa de visão, de investimento e de decisão, coisas que pelos vistos o JPP não tem capacidade para fazer”.