O deputado Francisco Gomes, eleito pelo Chega para a Assembleia da República, voltou a criticar o rumo económico que tem sido seguido pelo governo da República e pelo governo regional da Madeira. Segundo o parlamentar, as políticas aplicadas nos últimos anos não geraram prosperidade, estabilidade ou crescimento, mas “mais pobreza, mais desigualdade e mais desespero para quem trabalha”.
As declarações do deputado surgem na sequência do mais recente Relatório de Balanço Social, que revela dados sobre a realidade social do país. O documento aponta que dois milhões de pessoas em Portugal vivem em risco de pobreza ou exclusão social, o que representa praticamente um quinto da população nacional.
O Chega aponta que a situação é comprovada pelos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que metade dessas pessoas — cerca de um milhão — vive com menos de 300 euros por mês, o que configura uma situação de pobreza extrema.
“É escandaloso! Estamos a falar de um milhão de pessoas a viver com menos de 300 euros. É uma sentença de sofrimento! Portugal transformou-se num país onde a política só serve os interesses instalados – e isso é um crime social que está a ser cometido à vista de todos”, disse Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
O deputado dirigiu também críticas à situação na Região Autónoma da Madeira, que surge no relatório como a região com o segundo índice mais elevado de pobreza e desigualdade. Para Francisco Gomes, esta realidade destrói o que diz ser “a narrativa propagandística do governo regional”, que, segundo diz, “insiste em anunciar PIBs recorde, mas esquece a maioria da população que continua a viver em precariedade”.
“O governo regional fala em PIB recorde, mas o que temos é um povo exausto, com salários miseráveis e contas que não param de subir. Esta Madeira de vitrine é falsa! A verdadeira está nas ruas, nos bairros esquecidos e nas famílias que não conseguem pagar a renda ou comprar comida. A pobreza aqui tem rosto!”.
Francisco Gomes acusa o executivo madeirense de não governar para os cidadãos, mas sim para os grandes interesses económicos da Região. Denuncia o que considera ser uma promiscuidade entre o poder político e os grupos económicos dominantes, que, a seu ver, mantém o sistema fechado e sem espaço para quem vive do seu trabalho.
“Na Madeira, governa-se para os do costume: para os amigos, para os compadres e para os grandes grupos. Quem trabalha é tratado como invisível e só recordado para pagar os vícios de certa classe política. Isto tem de acabar!”, remata.