Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira, anunciou que vai deixar a liderança do partido, assumindo as suas responsabilidades pelos resultados das eleições autárquicas, que ficaram aquém do esperado.
Cafôfo sublinhou que é fundamental saber ouvir a mensagem dos madeirenses e reconhecer que os resultados não foram os desejados. Ainda assim, destacou que o PS foi o segundo partido com mais câmaras conquistadas, logo atrás do PSD.
O líder socialista lamentou particularmente a derrota de Célia Pessegueiro em Câmara de Lobos, enaltecendo o trabalho por ela realizado ao longo dos últimos oito anos. “Foi uma autarca exemplar, séria, responsável e com obra feita. Lamentamos muito esta perda, mas temos de aceitar com humildade a decisão do povo”, afirmou.
Paulo Cafôfo disse que assume plenamente as suas responsabilidades enquanto líder do PS-Madeira e que todos os candidatos deram o seu melhor, tendo honrado o partido socialista.
Lembra que já havia referido que só asseguraria a liderança até estas eleições, pelo que confirmou que, com o fim do processo autárquico, termina também o seu mandato.
O ainda líder socialista acrescentou que irá desencadear o processo para a realização de eleições internas e do congresso do partido, propondo que os órgãos se reúnam no prazo máximo de quinze dias. “É preciso virar uma página no PS. Espero que esta disputa interna seja marcada pela discussão do que é verdadeiramente importante para o partido, e não pelas divisões que tanto nos fragilizaram no passado recente.”
Sobre uma eventual candidatura de Célia Pessegueiro ou Miguel Silva Gouveia à liderança do partido, Cafôfo escusou-se a comentar, afirmando que essa é uma decisão pessoal, tal como foi a sua, de não se candidatar. Acredita, no entanto, que o partido tem quadros com capacidade para o reerguer.
Cafôfo sublinhou ainda que a sua saída foi pensada de forma a garantir uma transição tranquila e responsável. “Se tivesse saído antes, estou convencido de que teria fragilizado ainda mais o partido. O meu tempo termina hoje, mas o meu compromisso com a Madeira é inabalável. A política não se faz apenas de vitórias e derrotas, faz-se de sentido de serviço.”