O Bloco de Esquerda Madeira voltou a alertar para “a situação cada vez mais grave da habitação na Região”, exigindo medidas imediatas para travar a escalada dos preços e garantir o direito à habitação digna. Num comunicado assinado por Dina Letra, a coordenadora regional do partido, o BE acusa o Governo Regional de “assobiar para o lado” perante uma crise que, segundo o partido, “está a excluir milhares de madeirenses do acesso a uma casa para viver”.
“A escalada dos preços não é inevitável — é o resultado de escolhas políticas”, sublinha o Bloco de Esquerda, apontando o dedo à “ausência de regulação, à promoção do investimento especulativo e ao crescimento descontrolado do alojamento local”, que, na sua perspetiva, transformaram “a habitação num negócio para poucos, em vez de um direito para todos”.
O partido considera “inaceitável” que tantas famílias, jovens e trabalhadores vivam “em insegurança habitacional”, enquanto proliferam “projetos de luxo e investimentos que não servem a população madeirense”.
“É urgente ter coragem política para enfrentar a especulação imobiliária e devolver à habitação o seu verdadeiro sentido social”, defende Dina Letra, que acusa o executivo regional de manter uma política “submissa aos interesses do mercado” e de “negligenciar o direito fundamental à habitação”.
Entre as medidas que o Bloco de Esquerda volta a propor, destacam-se a criação de mecanismos de regulação e controlo dos preços no arrendamento e na compra de casa, bem como o investimento público na construção e reabilitação de habitação a custos controlados. O partido defende ainda a limitação da expansão do alojamento local, a imposição de medidas contra a utilização especulativa de imóveis e a proteção efetiva dos inquilinos, nomeadamente através da estabilidade contratual e da proibição de aumentos abusivos.
Para o BE, estas propostas representam uma alternativa “urgente e justa” à atual política de habitação.
“A Madeira precisa de uma política que ponha as pessoas à frente dos interesses do mercado. O direito a viver na Região, a ter uma casa que o salário possa pagar, não pode depender da carteira de cada um”, lê-se no comunicado.
O partido reafirma, assim, o seu compromisso em lutar por “uma política de habitação justa, acessível e pública”, que tenha “coragem para travar a especulação” e garanta que “todos e todas possam viver com dignidade na Madeira”.