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“Ainda há muito a fazer” para melhorar acessibilidades no Caniço

Data de publicação
09 Junho 2025
19:04

Foi com orgulho no percurso feito, mas com olhos postos no futuro, que o presidente da Junta de Freguesia do Caniço, Milton Teixeira, falou hoje na cerimónia comemorativa do 20.º aniversário da Elevação do Caniço a Cidade, que decorreu no Largo Padre Lomelino.

Numa intervenção abrangente, que passou em revista o trabalho feito em áreas como educação, desporto, habitação, ação social e património, o autarca deixou um alerta claro: o crescimento acelerado da cidade está a pressionar fortemente as suas acessibilidades.

“É uma cidade que continua a sofrer de dores de crescimento, e tudo indica que assim será ainda por mais algum tempo. Vejamos a quantidade de novos empreendimentos habitacionais que se continua a construir no Caniço. Para isso precisamos nos unir e minimizar nos nossos residentes, o impacto negativo deste crescimento rápido e de certa maneira, desmedido”, afirmou, lembrando também a pressão sobre as vias rodoviárias.

“Tenho sido crítico relativamente ao trânsito que os canicenses enfrentam na Via rápida todos, ou quase todos os dias, e reafirmo que temos todos de nos sentar e falar deste assunto de forma encontrar solução a médio prazo”, reforçou.

Apesar dos agradecimentos deixados ao Governo Regional pela requalificação da Estrada do Aeroporto e à Câmara Municipal de Santa Cruz pelas obras em curso na Estrada das Eiras, Milton Teixeira reiterou que “ainda há muito a fazer” para melhorar as acessibilidades na freguesia.

“Contem com a junta de freguesia pois por sermos os órgãos mais próximos da população, muito temos a contribuir com ideias. Muito sabemos da realidade dos que nos procuram para discutir o assunto. Muito queremos ajudar a nossa população”, apontou.

Durante o seu discurso, Milton Teixeira destacou ainda o papel fundamental das escolas do Caniço na formação das novas gerações, enaltecendo “um ensino de qualidade e excelência”.

No campo do desporto, deixou um novo apelo: “Precisamos de mais um pavilhão, precisamos de um novo relvado no estádio do Grupo Recreativo Cruzado Canicense. Temos um enorme potencial a nível desportivo, mas infelizmente, os nossos jovens que querem praticar desporto a sério, pelas razões invocadas atrás, têm de procurar clubes fora da cidade. Precisamos também de mais áreas de desporto ao ar livre”, disse.

Além disso, o presidente da Junta foi perentório ao criticar a ocupação indevida desses espaços com estruturas de comércio: “Sou a favor do impulso da economia local e do investimento privado, mas não de forma desordeira. Sou frontalmente contra isso!”, reiterou.

No que toca à habitação, o presidente apontou para uma realidade que se repete por toda a Região: preços de venda e arrendamento proibitivos, que dificultam a vida às famílias e aos jovens casais que pretendem iniciar um projeto de vida em conjunto.

“Um flagelo que por não ter sido acautelado na altura certa, nos faz correr agora contra o tempo”, referiu, reconhecendo, no entanto, o esforço conjunto das várias entidades.

“Temos um governo regional empenhado na rápida solução deste problema, uma câmara municipal que por meio dos seus apoios sociais ajuda na reabilitação de imóveis e a Junta de Freguesia que já ajudou mais de 100 famílias ao longo destes 8 anos de mandato na cedência de material de construção para pequenas obras nas habitações”, observou.

Do ponto de vista financeiro, Milton Teixeira recordou que a Junta duplicou o seu orçamento nos últimos anos, graças a contratos administrativos, programas de cooperação com a Câmara Municipal de Santa Cruz, subsídios diversos e, mais recentemente, à receita gerada pelos campos de padel.

“Temos feito uma gestão rigorosa e consciente dos nossos orçamentos. Mas não podemos falar em orçamento, sem lembrar que o Caniço recebe do fundo de financiamento de freguesias um valor desadequado à nossa realidade. Crescemos 200% nos últimos 30 anos e continuamos com a mesma regra que atribui os financiamentos do estado central às freguesias de há 30 anos atrás. 30 anos separam as condições mas mantêm os critérios”, denotou, exigindo uma revisão à lei das finanças locais para que o Caniço receba “o que precisa, o que merece”.

Deixando um apelo direto ao deputado madeirense Filipe Sousa na Assembleia da República, acrescentou: “Temos freguesias com menor área e menor densidade populacional, a receber quase o dobro do que recebe o Caniço. Sr. Deputado da Assembleia da República, Filipe Sousa, conto consigo para esta reivindicação.”, apontou.

Na vertente da modernização administrativa, o balanço foi positivo. “A nossa evolução é incontestável! Somos das freguesias mais evoluídas em termos de serviços digitais do país. 30% do nosso atendimento e da procura dos nossos serviços é digital. Quase todos os nossos serviços estão disponíveis online”, rematou.

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