De acordo com o relatório anual da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima referente a 2022, foram apoiadas pela APAV 78 vítimas, sendo a maioria do concelho do Funchal, com 48 casos.
No total dos 308 municípios do país, a associação prestou apoio a um somatório de 14.688 vítimas de 292 concelhos.
Nos casos da Região, apenas São Vicente não registou nenhum pedido de apoio. Depois do Funchal, Santa Cruz foi o concelho com mais casos (13), seguindo-se a Ribeira Brava (7), Câmara de Lobos (3) e Machico (2). Calheta, Ponta do Sol, Porto Santo, Santana e Porto Moniz registaram uma vítima cada.
A nível nacional, dos 308 municípios existentes em Portugal, a APAV, em 2022, chegou a 292 através do apoio prestado às vítimas diretas, representando uma cobertura de aproximadamente 95% do território nacional. Quanto aos municípios de residência das vítimas que procuram apoio na APAV durante o ano de 2022, "sobressaem seis localizações distribuídas por todo o país. Por ordem decrescente destaca-se então Lisboa com 5,5% (807), Braga (678 ou 4,6%), Faro (572 vítimas ou 3,9%), Loulé (450 ou 3,1%), Porto (447 ou 3,1%) e, finalmente, Sintra (387 ou 2,6%). Em alguns municípios, o número de vítimas apoiadas pela APAV duplicou, triplicou e quadruplicou face a 2021.
Quanto ao género, das 14.688 vítimas, 77,7% são do sexo feminino, mantendo-se a tendência de que são as mulheres as principais vítimas de violência doméstica, desta feita com idades essencialmente entre os 25 e os 54 anos de idade.
Todavia, um dado preocupante é que as vítimas com menos de 18 anos a procurar apoio da APAV aumentaram. Segundo a APAV, no ano passado foi o maior número registado, com 17,7%.
Entre outros indicadores revelados pela APAV, destacamos que "as habilitações literárias mais prevalecentes das vítimas que procuraram apoio na APAV em 2022 foram o ensino superior que representou 7,3% (1.075) dos registos, seguido do ensino secundário (1.029; 7%).
Quanto aos agressores, "em 2022 chegaram ao conhecimento da APAV um total de 14.824 autores/as de crime e de outras formas de violência. A maior parte dos/as autores/as é do sexo masculino (9.192 ou 62%), mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores. Destacar igualmente a percentagem de pessoas do sexo feminino (autoras de crime e outras formas de violência) que se tem vindo a manter elevada ao longo dos anos: em 2019 representavam 13,1% (1.545 mulheres); em 2020 12% (1.627); em2021 atingiu os 11,9% (1.589); e em 2022 representou os 12,9% (n=1.906) dos registos, valor mais elevado dos últimos anos".
Paula Abreu