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Artigo de Opinião

13/12/2022 08:00

Até sábado, nada parecia acontecer de mais relevante na península portuguesa do que a participação lusa no campeonato do Mundo de futebol.

Acabada a festa, se calhar alguns perceberão que aconteceram outras coisas para além da bola.

Enquanto iam sendo transmitidas horas e horas de conversa sobre os jogos, as histórias fora dos jogos e as suposições sobre os estados de espírito de Ronaldo - antes, durante e depois dos jogos - algumas outras coisas foram acontecendo no país, embora com muito menor importância do que a vida em torno das quatro linhas.

Por exemplo, perante a situação diária de hospitais a encerrar urgências, de esquemas de maternidades e urgências de hospitais a não terem profissionais de saúde para atender grávidas e a fecharem dois dias, um dia, alternarem aberturas, provocarem situações dramáticas de pessoas a serem obrigada a saltitar de instituição em instituição à procura de serem atendidas, o que fazem as esquerdas? Não têm tempo para debater no Parlamento a grave, recorrente, reiterada e insustentável situação que afeta gravemente os portugueses - a impossibilidade de aceder a cuidados de saúde com dignidade e em tempo.

Mas, oportunisticamente e jogando com a distração do mundo do futebol que entupia toda a informação nacional, as esquerdas já consideraram urgente votar por estes dias a aprovação da eutanásia em Portugal.

Nada é mais urgente, nada é mais preocupante, nada é mais necessário para o Partido Socialista e outras esquerdas em Portugal, do que aprovar a forma de tornar legar a morte.

Dão-lhe o nome eufemístico de morte medicamente assistida. Como se hoje quem morre num hospital ou numa instituição, não morra sendo assistido medicamente. A expressão é intencionalmente enganadora e um embuste, para um país já de si pobre em esclarecimento e em informação clara e transparente.

Escolheram ardilosamente os dias da bola. Para embrulhar tudo e parecer que nada sucedeu.

Outra coisa que os portugueses, passada a barrigada de "informação" sobre a bola, poderão vir a descobrir, é que a liberdade de expressão tem em Portugal uma entidade que a defende como ninguém.

Isto a propósito de a ERC - Entidade Reguladora da Comunicação, que levou nove meses para elaborar um parecer em que conclui que a SIC deve compensar o Chega, porque no programa do humorista Ricardo Araújo Pereira - Isto é Gozar com Quem Trabalha - não foi convidado nenhum dirigente daquele partido.

A ERC sugere que embora aquele seja um programa de entretenimento não sujeito à lei eleitoral, o canal poderia compensar os desequilíbrios gerados por essa ausência, dando antena em outro programa.

Com uma deliberação tão absurda como esta, os portugueses podem estar descansados - estão em boas mãos!

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