A tecnologia é, para muitos de nós, uma parte essencial da nossa rotina e tem inúmeras vantagens. Podemos usar os ecrãs (telemóveis, computador, tablets, televisão, entre outros) para lazer, trabalho ou forma de estarmos conectados uns com os outros. No entanto, é importante percebermos que também tem desvantagens, como a interferência no sono, e atire a primeira pedra quem nunca adormeceu em frente a um ecrã!
Quando estamos em frente aos ecrãs, estamos expostos à chamada luz azul, a luz emitida pelos dispositivos eletrónicos. Quando a utilização ocorre logo antes de irmos dormir, estamos a atrasar a produção de melatonina (hormona que induz o sono) e a estimular em demasia o nosso cérebro, por fatores como a luz, imagem, som, dificultando o “desligar” do cérebro e consequentemente o adormecer, reduzindo ainda a qualidade do nosso sono. Assim dificultamos a preparação para o descanso, uma vez surge a tendência de verificar as mensagens, notificações, fazer scroll no feed ou jogar, e eventualmente, resultar num sono mais fragmentado.
E o que acontece quando este comportamento é constante? O sono reduzido, fragmentado e/ou de má qualidade tem consequências na nossa saúde mental e física. Isto acontece, porque quando dormimos, permitimos que o cérebro recupere energia, processe e regule emoções e consolide memórias, que são processos essenciais para a função cognitiva e bem-estar emocional. Uma privação de sono continuada aumenta o risco de problemas de saúde mental, como a depressão e ansiedade, uma vez que dificulta a capacidade do cérebro de processar emoções, levando a decisões mais impulsivas, menos saudáveis e maiores oscilações de humor.
Existem algumas estratégias que podem ajudar a melhorar a qualidade do nosso sono, e, consequentemente, a nossa saúde mental, tais como:
1. Limitar o uso da tecnologia antes de ir dormir, idealmente entre meia hora a duas horas, de modo a preparar o cérebro para o descanso;
2. Criar um ambiente que seja propício ao sono, como manter o quarto escuro, fresco e tranquilo. Idealmente, não ter dispositivos no quarto para minimizar distrações;
3. Estabelecer horários regulares para dormir e acordar, mesmo ao fim de semana. Esta estratégia permite regular o relógio biológico;
4. O exercício físico regular (mas não intensivo antes de ir dormir), uma alimentação equilibrada e exercícios de relaxamento podem facilitar o sono;
5. Evite o consumo de substâncias algumas horas antes de dormir, como o álcool, a nicotina e o café.
Encontrar um equilíbrio saudável entre o uso de ecrãs e a qualidade do sono é um desafio fundamental para o bem-estar físico e psicológico. Ao priorizar o sono e adotar hábitos saudáveis, podemos mitigar os efeitos adversos das tecnologias e preservar nossa saúde mental.
Fica então uma sugestão para o Ano Novo: desconectar-se dos ecrãs e se conectar ao sono!