O Leitor rapidamente perceberá, nas perspetivas apresentadas nesta edição, que acabamos de entrar num ano com quase tudo para dar certo. Um ano para avançar, ao contrário dos anteriores em que se davam dois passos à frente e três para trás.
Um ano para se fazer, em vez de se prometer fazer. Um ano para cumprir e se cumprir.
Esse é o retrato que apresentam ou desejam (ou sonham) tantas pessoas a quem pedimos ajuda para entender o que nos espera mais esta viagem. Mas essa apresentação, em alguns casos, não difere muito da que foi divulgada em anos anteriores. E, no entanto, nem sempre se confirmaram os prognósticos e as mudanças. Há, porém, uma grande diferença: a estabilidade política. Pela primeira vez nos últimos quase três anos, não há governos a disputar eleições. Temos as Presidenciais e só voltaremos a ir às urnas lá para junho de 2029.
Esse tempo é suficiente para dar algum descanso aos eleitores. Mas é também uma janela temporal em que não há perdão para que os políticos não cumpram aquilo que anunciaram. Não há mesmo! Nem do governo de Montenegro, nem do governo de Albuquerque, nem sequer do governo de nenhuma das 11 autarquias da Madeira ou das 54 Juntas de Freguesia. Estão todos eleitos, têm toda a legitimidade, agora governem-nos. Convém, no entanto, lembrar que nem tudo são rosas. Que se adivinham dificuldades em áreas tão diversas como a saúde ou a justiça, a habitação e, sobretudo, o mundo laboral.
No meio das perspetivas otimistas e das mais agourentas, restam desafios e oportunidades. Vamos ver como correm as novas regras para controlar o turismo, sem perder essa fundamental fonte de receita.
Falta ver como avançam as negociações com o Estado para a Lei das Finanças Regionais e para a mobilidade – se é que avançam.
O mesmo em relação ao Alojamento Local, esse novo negócio que carece de regulação, tal como o das rent-a-car.
E é preciso perceber se as grandes obras prometidas e adiadas seguem mesmo o rumo previsto.
Falta esperar para ver. A esta distância, 2026 tem quase tudo para dar certo. O desafio é aproveitar sem estragar. É não deitar a perder.
E nós?
Nós também assumimos esse compromisso. Do Jornal, pode esperar mais um ano de trabalho e de relação séria e justa. De espaço para a denúncia pública, de atenção ao que não foi cumprido, de olhar atento ao que falta fazer, de foco no que é verdadeiramente importante.
Haverá por aqui espaço para a crítica e para mostrar injustiças e caminhos errantes? Haverá sempre! Mas conte também com o outro lado. Aquele em que se demonstra opções bem-sucedidas que devem ser conhecidas sem pudor. É também esse o nosso dever.
É do somatório desse equilíbrio que nasce a isenção, o rigor e a procura pela verdade. É daí que vêm valores tão caros como o sentido de justiça, o bom-senso, a prudência e a equidade.
Este Jornal, o seu Jornal, é feito de tudo isso. E foi tudo isso e mais o esforço de escassas dezenas de profissionais da Redação, da Maquetagem, do Secretariado, do Comercial, do Marketing e os serviços administrativos que resultou num 2025 bastante estimulante.
Foi muito trabalhoso e bastante compensador, que até nos trouxe um importante prémio internacional. O JM é ainda hoje o melhor Jornal Local Europeu do Ano! E isso não é coisa pouca.
A todos os que nos dão o privilégio da sua confiança, ficam sinceros votos de um excelente 2026. E continuem a acreditar no valor da informação livre, com princípios, nome e rosto.