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Artigo de Opinião

Psicóloga Clínica

3/11/2022 08:00

O stress ocupacional pode ter impacto a nível individual, apresentando os indivíduos um maior risco de sintomas depressivos e depressão clinicamente diagnosticada, de suicídio, bem como hipertensão, colesterol elevado, obesidade, alcoolismo ou inatividade física.

As fontes que originam stress no trabalho podem ser internas, como características individuais dos trabalhadores, expetativas irrealistas, necessidade de controlo permanente, sentido excessivo de responsabilidade, incapacidade de delegar, demasiada rigidez e persistência no cumprimentos dos objetivos, má gestão de tempo, não ter prioridades ou ainda sentimentos de incompetência profissional; fontes de stress relacionadas com as condições de trabalho, como espaço e equipamento de trabalho desadequados, condições inadequadas, muitas pessoas, falta de privacidade microclimáticas; fontes de stress relacionadas com a organização do trabalho, como, por exemplo, demasiadas horas de contacto com clientes/utentes, pouco tempo para atingir os objetivos, excessiva responsabilidade, responsabilidade sem influência ou poder, expetativas indevidas da organização, falta de pausas, pouca definição organizacional, papéis, tarefas e expetativas pouco claras, falta de privilégios, e ainda falta de formação contínua; e ainda fontes de stress relacionadas com relações interpessoais no contexto de trabalho, como falta de suporte, competição, estilo de liderança (rígido, autoritário, sem espaço para expressar opiniões, sugestões ou influenciar decisões), falta de uma missão clara, falta de feedback, falta de espírito de equipa e compromisso com a equipa, critérios pouco claros de recompensas e promoções, bullying, assédio sexual; e, por fim, fontes de stress relacionadas com o tipo de trabalho.

A Síndrome de Burnout, por sua vez, carateriza-se por exaustão emocional, despersonalização, perda de realização profissional (sentimento de insatisfação com as atividades profissionais, insuficiência, desmotivação), desesperança e dificuldade em lidar com questões relacionadas com o trabalho. Pode ocorrer em qualquer profissão, e está, sobretudo, relacionado com variáveis como elevadas exigências e baixos recursos.

Os critérios de diagnóstico para o burnout são a predominância de depressão, sintomas disfóricos, como exaustão emocional, fadiga e de sintomas mentais e comportamentais relativamente à sintomatologia física, sendo que o nível físico é também importante; os sintomas são específicos de situações de trabalho, e podem manifestar-se em indivíduos que nunca sofreram perturbações psicológicas; e ainda, a diminuição da eficácia e rendimento no trabalho, como consequência de atitudes e comportamentos negativos.

As causas de burnout prendem-se com sobrecarga de trabalho, falta de controlo do indivíduo, recompensas insuficientes, falta de apoio da comunidade, falta de sentimento de justiça, e ainda conflito de valores.

Sendo o diagnóstico importante, a intervenção psicológica, quer num quadro quer noutro, mostra-se fundamental para a recuperação do normal funcionamento do indivíduo.

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