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Artigo de Opinião

Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz

2/02/2022 08:00

As críticas só teriam efetivamente algum fundamento caso se assistisse a tratamento discriminatório, mas a verdade é que tem existido a preocupação de integrar quem regressa sem descurar quem já cá vivia, através de alterações cuidadas e criteriosas dos regulamentos municipais.

Perdoem-me a franqueza, mas os problemas da comunidade luso-venezuelana não se resolvem apenas com núcleos partidários, mas sim com medidas de integração efetiva, sendo disso exemplo o trabalho desenvolvido por algumas autarquias, na qual se inclui a Câmara Municipal de Porto Moniz.

Só vejo alguma utilidade neste grupo se o mesmo servir para fazer chegar aos governantes regionais os bons exemplos de políticas locais e que com a sua voz os representantes partidários consigam que sejam replicadas, à escala regional, medidas que já são uma realidade a nível local.

No Porto Moniz ninguém fica sem manuais escolares ou transporte escolar e não "cola" o argumento de que na Região Autónoma da Madeira quem apoia os lusodescendentes na Educação é o Governo Regional. Foi com este argumento que se quis enganar a comunidade luso-descendente aquando da campanha para as eleições autárquicas, embora se constate que, na realidade, os apoios da Segurança Social são geridos por entidades regionais, mas provêm de verbas transferidas pelo Governo da República, sendo claramente inegável, de igual forma, que, por exemplo, o plafond da ação social escolar destinado aos manuais é manifestamente insuficiente para a disponibilização de todo o material didático, na grande maioria dos 12 anos de escolaridade, e que tem sido necessário que as autarquias se cheguem à frente para suprir as necessidades sem resposta, sendo nisso o Porto Moniz um exemplo sem paralelo a nível regional.

Todos os alunos residentes no concelho e a frequentar o estabelecimento de ensino do concelho de Porto Moniz receberam um computador. Todos! Sem exceção. É assim que se trabalha neste concelho, desde 2013: sem exceções, favores ou ‘jeitinhos’.

Temos trabalhado com o intuito de perceber as necessidades de quem regressa a esta terra e foi nesse sentido que criamos o Programa ‘Porto Moniz Integra+’, destinado a facultar formação a diversos níveis, designadamente do Português para Falantes de Outras Línguas e do Inglês, estando já previstas ações noutras áreas.

A importância dada à comunidade lusodescendente reflete-se em ações e não em intenções. Reflete-se claramente, por exemplo, na representatividade desta comunidade nos órgãos autárquicos. No Porto Moniz, o Partido Socialista fez questão de ter representação desta comunidade na Assembleia Municipal, preocupação que a coligação ‘Mais para o Porto Moniz’ não teve, deixando para os representantes desta comunidade os lugares não elegíveis ainda que vencessem as eleições e fossem hoje poder neste concelho.

Motiva-nos, apesar de tudo, o reconhecimento do nosso trabalho por parte da maioria dos lusodescendentes regressados ao Porto Moniz e que, diariamente, nos transmitem a sua satisfação relativamente ao trabalho que temos vindo a desenvolver e que queremos continuar a fazer, com abertura para escutarmos os contributos e sugestões de quem conhece de perto as nossas medidas.

P.S: Aguardo, sem aflição, resposta a esta minha reflexão numa qualquer carta do leitor porque, infelizmente, a frontalidade que me carateriza contrasta com a cobardia de muitos.

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