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Artigo de Opinião

Gestora de Projetos Comunitários

29/07/2023 08:00

A participação ativa dos cidadãos é um pilar essencial da democracia. No entanto, em diversos contextos, incluindo na RAM, a participação cívica continua a ser um desafio. É preciso tentar perceber as razões subjacentes à apatia política, bem como procurar soluções para incentivar os cidadãos a se envolverem mais no processo político, seja através de projetos de promoção da educação cívica em áreas específicas, seja através de iniciativas de promoção e incentivo à participação em organizações da sociedade civil - que podem ser estratégias eficazes para reforçar a voz dos cidadãos.

A representatividade política é outro pilar crucial. Os governantes, legisladores e atores políticos regionais, devem ser um reflexo da diversidade da população que representam. No entanto, em muitos sistemas políticos, a diversidade étnica, de género e social é insuficientemente refletida nos órgãos de decisão e até mesmo nas listas de candidatos. Se calhar devemos prestar mais atenção à forma como as minorias são representadas e que medidas têm sido (ou poderão ser) tomadas para garantir uma voz igualitária a todos os segmentos da sociedade.

Igualmente necessário é o debate sobre a transparência - que permite aos cidadãos ter acesso às informações necessárias para fiscalizar as ações do governo - e a corrupção. São os 'casos e casinhos' de corrupção que podem minar a legitimidade das instituições democráticas e corroer a confiança dos cidadãos nos seus representantes que nos devem preocupar.

A comunicação social também desempenha um papel na formação da opinião pública. Cabe à comunicação social denunciar má conduta dos agentes políticos, mas também combater a desinformação veiculada nas redes sociais. Nesse sentido, também cabe a cada um de nós denunciar a disseminação de informação falsa, seja ela qual for. Acresce que o papel da comunicação social na promoção de um debate informado e equilibrado sobre as questões políticas é crucial para a tomada de decisão em consciência da população e não deve ser menorizado pelas críticas dos que não conseguem a exposição pública que desejam em período eleitoral.

O período de campanha eleitoral é um dos momentos mais visíveis do exercício da democracia. Pode ser marcado por tensões, guerras internas, ataques pessoais e [muitas] promessas vazias, é verdade. Por isso, é fundamental refletir sobre como poderemos garantir que o debate político seja substancial e centrado em propostas concretas para o futuro da Madeira e não em chavões sem impacto. Ainda assim, é essencial que a campanha eleitoral respeite os princípios de igualdade de oportunidades para todos os candidatos (estejam estes preparados ou não para o debate).

Este é um ano importante para reafirmarmos o [nosso] compromisso com a democracia, discutir os desafios que esta enfrenta e procurar soluções para fortalecer as [nossas] instituições democráticas. O debate amplo e informado sobre estas questões pode contribuir para uma sociedade mais envolvida e consciente do seu papel na construção do futuro da Região - mais do que dar espaço aos críticos dos 'perfis falsos'.

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