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Artigo de Opinião

Economista

14/12/2023 08:00

Na intrincada dança da tomada de decisões políticas, as posições adoptadas pelos partidos em questões-chave revelam muitas vezes mais do que os seus slogans de campanha ou manifestos. A recente abstenção do partido de extrema-direita português Chega (CH) na votação crucial para a prorrogação do regime do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) até ao final de 2024 é um exemplo flagrante. Esta abstenção, juntamente com a oposição do Partido Comunista Português (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE) contra a prorrogação, apresenta um quadro preocupante para o futuro do desenvolvimento económico da Região Autónoma da Madeira (RAM).

O CH, um partido que se diz defensor da causa pública, demonstrou uma surpreendente incongruência. Ao abster-se numa votação com implicações significativas para a economia da RAM, o CH contribuiu indiretamente para uma potencial estagnação económica da Região. Esta abstenção não é apenas um acto passivo, significa um desrespeito pelo futuro sócio-económico e fiscal da Região e uma contradição com a suposta dedicação do partido ao interesse público.

A situação adensa-se ainda mais com a postura do PCP e do BE. Num debate promovido pelo JM-Madeira a 22 de Abril de 2019, ambos os partidos manifestaram apoio à manutenção do CINM, reconhecendo a sua importância para o desenvolvimento económico da RAM. Avançando para o presente, a sua oposição à extensão do regime do CINM é não só inconsistente como reveladora das verdadeiras intenções dos marxistas, stalinistas e trotskistas: a subserviente subsidiodependência.

O regime do CINM é uma pedra angular para o desenvolvimento sustentável da RAM, promovendo um ambiente propício ao negócio e ao investimento estrangeiro e posicionando a Região no Mundo. Ao prorrogar o regime, a RAM poderá continuar na sua posição única para atrair empresas internacionais (enquanto não se torna fiscalmente independente), promovendo o crescimento económico e a estabilidade. A oposição, (in)directa, ao CINM por parte do CH, PCP e BE espelham apenas o reverso da mesma medalha no que diz respeito às ideologias totalitárias.

Numa democracia, dita, desenvolvida, espera-se que as decisões políticas, especialmente as que afectam as principais políticas económicas, sejam tomadas com base em avaliações pragmáticas que dão prioridade ao bem-estar da população e da Região. As acções do CH, PCP e BE reflectem um desvio a esta expectativa, típica de ideologias estagnadas no tempo. A rigidez ideológica, seja da extrema-direita ou da extrema-esquerda, representa um perigo para a tomada de decisões dinâmicas necessárias numa região ultraperiférica como a Madeira.

O caso da votação para a prorrogação do regime do CINM, só por um mísero ano, serve como um alerta. Destaca a importância dos outros partidos políticos, que estão a par com o que se passa no mundo e que colocam a RAM e a Autonomia Político-Administrativa acima de directizes colonialistas.

O futuro do desenvolvimento económico da RAM depende de uma governação pragmática que consiga navegar pelas complexidades do panorama económico global. Partidos como o CH, o PCP, o BE e certas alas do PS e de Pedro Nuno Santos não servem os superiores interesses da RAM, não possuem maturidade ideológica, visão, nem responsabilidade intergeracional para com a Madeira, o Porto Santo e o seu Povo, são tudo “farinha do mesmo saco”, ou seja, estão formatados culturalmente pelo colonialismo ancestral decorrente dos Descobrimentos.

”Ninguém compreenderá verdadeiramente a política enquanto não compreender que os políticos não estão a tentar resolver os nossos problemas. Estão a tentar resolver os seus próprios problemas - dos quais a eleição e a reeleição são o número um e o número dois. O que quer que seja o número três está muito atrás.” - Thomas Sowell, Economista e Filósofo Político.

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