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Artigo de Opinião

Professor

13/03/2022 08:00

Mas que dizer de relevante perante o que estamos a assistir no leste europeu. O que dizer do novo governo de Costa, da maioria absoluta, do rumo que os socialistas vão imprimir na depauperada economia do país, quando ao vivo e a cores, quase em direto, somos invadidos pelas imagens bélicas da invasão da Ucrânia e pelo barulho ensurdecedor das explosões dos misseis russos.

Como falar da situação regional, dos congressos dos maiores partidos, da crise existencial do CDS, quando estamos petrificados ao assistirmos incrédulos às ondas de refugiados de guerra num país europeu, em pleno século vinte e um.

Para quê comentar a estapafúrdia quezília entre a Câmara e o Governo Regional por causa de uma paragem de autocarro junto à escola da Ribeira de Machico, agora feito buraco, felizmente não de bomba, e que deixa as crianças ao relento. Para quê comentar as guerras locais de alecrim e manjerona quando assistimos emocionados ao êxodo de centenas de milhares de mulheres e crianças, com histórias incríveis que nos fazem refletir sobre a cruel natureza de seres humanos.

Não há palavras para falarmos de nós, dos nossos problemas e inquietações quando tamanho horror se abate sobre uma população cujo único pecado foi ter a pretensão de querer abraçar os valores civilizacionais da Europa livre e democrática. Não há palavras.

Perante tal cenário somos todos expectativa. Cercados por este belicismo mediatizado que nos entra em casa e nos olhos, perguntamos: como é que isto vai acabar? Será que os nossos heróis ucranianos vão conseguir. Será que a democracia vence. Será que a barbárie prevalecerá sobre os valores humanos que definem a civilização ocidental. Será?

Por agora, não há concentração para ver filmes, ouvir música ou ler outra coisa que seja. Não há disposição para o aqui e agora. A guerra, esta guerra, a covarde e injusta invasão russa, a luta heroica pela soberania, pela liberdade e pela democracia do povo ucraniano não nos deixa em paz, nem por um minuto.

Fica um abraço aos ucranianos que aqui conhecemos, que ajudaram a construir as nossas estradas, os nossos túneis e demais infraestruturas. Que chegados aqui se despiram de habilitações académicas para ganhar humildemente o pão de cada dia. O que já denunciava o carácter que agora todos lhes reconhecemos. Neste pesar fica também um sentido abraço para os que nos fizeram rir e dançar, com prestígio, como nunca tínhamos dançado. Um abraço que se estende a toda a longínqua Ucrânia.

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