Eleições são coisas muito sérias.
Não são um jogo, pois os riscos que se correm são mais graves do que o comum. Decidem as nossas vidas e as dos nossos Descendentes.
Eleições são uma escolha entre o Bem e o mal.
O Bem Comum é o conjunto de condições externas necessárias para que o Cidadão se possa desenvolver em sociedade, conforme as Suas aspirações materiais, culturais e religiosas.
Portanto, Bem é aquilo que é bom, ou pelo qual é bom. É o acordo com aquilo que Deve ser.
O mal é tudo o que de qualquer maneira se opõe ao Bem, se opõe à perfeição. Razão de ser um objecto de desagrado, de reprovação, de censura, logo motivar a tentativa da sua eliminação.
Daí o mal ser uma oposição brutal às aspirações inerentes à realização da Pessoa Humana e a negação da Razão.
Teologicamente. Deus pode evitar o mal. Mas é da Sua essência existir a Liberdade da Pessoa Humana, bem como a Natureza tal como esta é, pois compõem a Harmonia do Absoluto divino, a Harmonia do “Deus Cósmico”.
Não há espaço para aqui tratar, sobre o mal, as teorias optimistas de Teilhard de Chardin e de Jacques Maritain, ou a da transitoriedade, de Hegel.
Mas não resisto expôr a contradição do materialismo marxista: neste não há lugar para o mal, entendido como sentimento moral. Porém, incoerente com esta sua própria concepção, não se fica pelo inactivo fatalista e propõe uma “revolução” para implantar o que diz ser o “bem”.
E vamos à prática. Quase sempre, na vida, não é assim tão fácil a escolha ser só entre Bem e mal.
Às vezes, deparam-se várias alternativas que a nenhuma delas identificamos com o Bem!
Que fazer?
Inclusive no plano político, a Ética da Liberdade dá-nos o Direito de escolher, e até o Dever de não podermos ficar indiferentes.
Quando em qualquer das alternativas possíveis, nenhuma nos parece a ideal, é inquestionável cada um Dever escolher aquela das alternativas que menos permitirá a passagem de uma situação não boa, para outra AINDA PIOR.
É o Dever de escolher o mal menor.
Por cá, é verdade que a luta por MAIS AUTONOMIA arrefeceu. Mas é evidente que as outras alternativas de Poder foram anti-autonomistas durante os meus Governos, e são-no ideologicamente.
O adversário principal é o colonialismo/centralismo lisboeta. Que ainda agora provoca a presente situação, ofendendo-nos sem pedir desculpa.
É verdade que, erradamente, se praticou uma estratégia de subsidiodependência. Mas esta foi sempre, e é ainda, a política proposta por todas as Oposições.
Desde a conquista da Autonomia Política, não parou a constante melhoria das condições de vida do Povo Madeirense, umas vezes mais acentuadas, outras menos.
Pelo que seria um suicídio entregar-nos às Oposições que, desde o início dos meus Governos, opuseram-se a tudo isto e nos arrastariam para “distritos” ou “províncias” mandadas de Lisboa.
O sucesso do Povo Madeirense, não só resultou da Autonomia que conquistou, mas também da Estabilidade desenvolvimentista que criou pela via do VOTO.
Compreendo que a situação actual - e esqueço tudo o que mágoas pessoais - causa a preocupação generalizada de poder não ser encontrada, outra vez, uma maioria para Governo até Outubro de 2029.
Mesmo todos sabendo o que (não) valem estas Oposições, na sua indigência política responsáveis por não terem nunca merecido a confiança do Povo para alternativas possíveis.
Se algum Partido tiver maioria absoluta, está resolvido.
Mas um Governo Regional estável E CAPAZ até Outubro 2029, não tem obrigatoriamente de assentar na maioria absoluta de um só Partido.
Vários Partidos fora da área comuno-socialista - o PS já admitiu aliança com os comunistas - já se declararam dispostos a formar ou a apoiar um Governo que traga Estabilidade e Desenvolvimento Integral, desde que de acordo quanto a um novo Presidente do Governo.
Não me entra na cabeça que se sacrifique a Madeira, e a sobrevivência do próprio PSD, só por causa de um suicídio colectivo fanático pela pessoalização do cargo.
Agora, é preciso saber o que se quer. E não essas mediocridades debitadas diariamente.
Na minha opinião meramente PESSOAL, estas são as prioridades da Madeira:
1. MAIS AUTONOMIA, com redefinição do Domínio Público regional; 2. Mais Habitação; 3. Relançamento competitivo do Centro Internacional de Negócios; 4. Sistema Fiscal próprio; 5. Renegociação de novos moldes de relações financeiras com a República; 6. Controlo regional dos aeroportos, nossa propriedade, e resolução rápida das questões postas pela mobilidade aérea das pessoas; 7. Aperfeiçoamento nos transportes marítimos e nas telecomunicações; 8. Universidade da Madeira, Seu suporte financeiro, crescimento, interação com o Desenvolvimento Integral regional, particular incidência no Digital, no Mar e na Diversificação Económica; 9. Revisão do actual modelo de turismo; 10. Medidas de travagem à inflação; 11. Novas políticas de Saúde, Segurança Social e Protecção Civil; 12. Retomar e concluir o plano rodoviário, existente até 2015.
Parece-me serem estas as prioridades da Madeira.
Se não são, digam.
E digam porquê!...