Os desafios globais que atualmente estão presentes nos sistemas educativos dão o mote para a conferência promovida pelo Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira (CIE-UMa), que está a decorrer durante esta manhã, no Auditório do Edifício da Reitoria, no Colégio dos Jesuítas.
A conferência cujo título é ‘Alguns desafios globais dos sistemas educativos’, é proferida pelo Professor João Costa, Diretor da Agência Europeia para as Necessidades Especiais e a Educação Inclusiva, com a moderação da Professora Doutora Liliana Rodrigues, responsável pela linha de investigação em Estudos Curriculares do CIE-UMa.
A iniciativa do CIE-UMa pretende aprofundar a reflexão sobre as políticas curriculares e o seu impacto nas comunidades educativas. De acordo com Liliana Rodrigues, esta sessão procura analisar “as políticas curriculares e o impacto que elas têm nas comunidades e, particularmente, perceber em termos de governação quais são os segmentos de futuro para as políticas curriculares”.
A professora sublinha ainda que estas opções políticas têm consequências diretas no quotidiano educativo, uma vez que “estamos a falar de uma dimensão de poder que, de alguma maneira, tem influência na construção de identidades, inclusive profissionais”, afirmou.
Nesse sentido, o debate pretende também “perceber quais são as tendências de futuro e, acima de tudo, perceber de que maneira a escola, e a educação não formal, podem garantir uma educação mais inclusiva a todos os cidadãos”, disse.
A conferência aborda as transformações contemporâneas que influenciam a definição e implementação das políticas educativas, num contexto marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade.
João Costa, o orador convidado procura evidenciar de que modo as políticas educativas são influenciadas por pressões globais e interesses sociais, económicos e culturais que moldam o currículo e os perfis de competências valorizados.
O orador, destaca que esta reflexão se enquadra também num esforço mais amplo de forma a compreender os rumos da governação curricular. “O que vamos tratar são as políticas curriculares e o impacto que elas têm nas comunidades”, afirmou, acrescentando que é essencial perceber “de que maneira a escola, mas também a educação não formal, se podem garantir de forma mais inclusiva a todos os cidadãos”.
A conferência dará ainda especial ênfase à educação inclusiva e à diversidade, articulando-se com debates sobre equidade, cultura e justiça social. Este enquadramento permitirá discutir como as políticas públicas educativas podem responder às desigualdades existentes ou, em alguns casos, contribuir para a sua reprodução, abrindo espaço à reflexão no âmbito das Teorias Críticas e Pós-Críticas do Currículo.