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Artigo de Opinião

Professor Universitário

13/07/2023 08:00

Aos que saíram ou ponderam sair, seja pela procura de melhores condições de vida, por frequência de estudos e formação profissional, ou como agora se diz, para obter uma experiência e descobrir novas realidades, todos esses partem com a "ilusão" de que essa(s) nova(s) oportunidade(s) lhes acrescente(m) algo, seja a nível material pela via de um certo e determinado emprego, oferecendo aí a possibilidade de uma "suposta" maior estabilidade pessoal e familiar, seja também por busca de uma maior valorização e diferente reconhecimento da sua pessoa e competências.

Ainda neste último discurso do 10 de Junho, ouvimos Marcelo Rebelo de Sousa salientar que fomos e somos um país de emigrantes, dos que estão e dos que partiram, daqueles que quer no passado, mas também agora, fazem de Portugal um país com uma cultura rica e tradições imensas nas diferentes comunidades onde estamos presentes e nos inserimos. Foi isso que Marcelo Rebelo de Sousa e também o presidente do governo regional Miguel Albuquerque terão certamente sentido "in loco" junto da nossa comunidade na África do Sul. Teria sido também assim junto da nossa comunidade em qualquer outra paragem, na Europa, nas Américas, ou até mesmo no Dubai.

Para muitos, sair foi um ato de coragem, uma necessidade, diga-se natural, ou simplesmente algo que aconteceu por acaso. Mas esse sair também pressupõe um regresso, seja ele temporário por via de férias e lazer, ou então definitivo após alguns anos, quiçá décadas, de uma vida cheia de experiências, amizades, memórias e conquistas. Em ambos os casos, a "saudade" da família, dos amigos que ficaram, da nossa cultura e boa comida, do nosso saber estar e fazer nos levam a cuidadosamente pensar e programar um regresso, para alguns temporário, para outros definitivo. O aumento da família com a vinda dos filhos, e o natural crescimento destes, aguça sem dúvida essa necessidade e desejo de dias bem passados no nosso país. Tem sido assim com muitos de nós.

Por isso, regressar é sempre um desafio complexo, ainda mais se esse regresso for em definitivo, seja pela complexa operação emocional associada ao mesmo, que afeta naturalmente todos os elementos da família que regressam, nomeadamente as crianças, seja pela questão das normais burocracias, das mudanças culturais, transferência de bens e pertences, da escola das crianças e também pelo início de novos ciclos pessoais, familiares e profissionais.

Regressar pressupõe sempre um início de um novo ciclo e isso compraz novas oportunidades, novos desafios para todos os que o fazem. Por estes dias, muitos são os que o fazem, vindos dos quatro cantos do mundo, regressando a Portugal e à Madeira, para iniciar novos ciclos de vida, pessoal, familiar e profissional. A todos, não importa apenas sair mas também saber o tempo de regressar.

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