Por um lado, em todas as ocasiões possíveis devemos agarrar com as duas mãos as oportunidades para dar grande destaque às conquistas. Progressos a resultados extraordinários alcançados pelas mulheres. No entanto e contra aquele sentimento irritante de que é dar um nome e um dia para uma campanha com vista a melhorar as vidas de milhões de mulheres nada mais é do que uma política simplesmente paternalista isto para não fazer menção que uma vez que colocada num "ghetto" psicológico permitindo que um dia as suas vozes sejam ouvidas.

A opressão que já testemunhei e infelizmente continuo a testemunhar ao longo da minha vivência em África e a expressão tal como "poster boy" é uma daquelas usadas, deliberadamente, visando a opressão das mulheres nesta parte do continente africano que apesar de ser má não aqui a sul não é das piores. Imagine-se o que não vai por aí acima, é indizível. Os homens - se isso se podem chamar homens - por estas bandas manipulam, estupram, roubam, espancam, e depois de sexualmente abusadas e abandonadas em condições inimagináveis e roubando-lhes a vida também, atos irrefletidos, dramáticos, impensáveis que nos dão uma súmula de uma tenebrosa tragédia humana.

Ano após ano mais mulheres são assassinadas, mais mulheres são estupradas, espancadas, mais mulheres sofrem discriminação nos seus locais de trabalho fazendo face a ambiguidades inextricáveis, reboando soluços continuados e queixumes para se fazerem ouvir. Enquanto nós - homens e mulheres - neste país, não realizarmos que somos todos seres humanos iguais, o desequilíbrio da nossa bússola moral, lamentavelmente, prevalecerá. Neste preciso momento e a finalizar este artigo, chega-me a confirmação de que uma mulher, Miche Samuels, de 35 anos acaba de ser esfaqueada pelo marido, há momentos, 35 vezes em frente do filho de tenra idade, na Cidade do Cabo.