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Artigo de Opinião

As ideologias, em si, podem ser boas ou más. As boas são as que respeitam os princípios e regras do Estado de Direito e que advogam a organização democrática das sociedades. As más são as que se sobrepõem à liberdade individual e negam a relevância da Moral e da Ética, mais não sendo do que o fundamento de regimes totalitários e desumanos.

O que, desde 2015, vem acontecendo em Portugal é prova disso, agravado pelo facto de o Continente português ter sido (des)governado, durante mais de seis anos pela Geringonça, de má memória. Quem conhece minimamente a ideologia dos partidos de extrema esquerda e dos que se inspiram nas cartilhas do comunismo e do socialismo não democrático sabe que a pedra de toque da sua existência e sobrevivência é a obediência cega às respectivas ideologias.

2. Como se concretiza a governação ideológica de esquerda

Os malefícios da governação ideológico-pragmática do PS estão à vista de todos os portugueses, nomeadamente, daqueles que os sofrem na pele. O PS, ao arrepio das suas linhas programáticas e do que foi no passado a sua prática política, volta "a pôr o socialismo na gaveta" e apenas luta pela sua manutenção no poder.

Uma pedra de toque da sua prática política, primeiro na Geringonça, depois como governo minoritário e, finalmente, com maioria absoluta, é a estatização desenfreada e metódica de tudo o que fortalece o seu poder.

Veja-se o que se passa com o PRR, que, das verbas de que o mesmo dispõe, 2/3 são geridas pelo governo; com o Serviço Nacional de Saúde, que, durante anos, foi desgovernado por uma não-ministra, arrogante e incompetente, inspirada nos princípios do comunismo, herança dos tempos em que militou na Juventude Comunista; com a Educação e Cidadania subjugada às teorias do antigo secretário de estado da Educação, agora promovido a ministro, claramente relativistas e inspiradas nas novas teses impostas pela ditadura da igualdade de género, muito ao gosto do paradigma neerlandês e lamentavelmente também por certas políticas comunitárias.

Embora camuflada e disfarçada por um discurso de favorecimento dos mais pobres e dos menos alfabetizados, o objectivo do governo do PS é aí manter uma significativa bolsa de votos, acrítica, que contribui inconscientemente para manter o PS no poder.

O mesmo se passa com a política de imigração, aparentemente liberal e acolhedora, permite o aumento da pobreza e da desinserção na sociedade, fechando os olhos à manutenção no seu seio de práticas criminosas, como o casamento forçado a menores de catorze anos e casos de mutilação genital feminina.

Além da estatização levada ao extremo, a ideologia dominante não dispensa, como conquista prévia de toda a sua governação, o controlo dos meios de informação, em especial dos órgãos de comunicação de impacto nacional, e a subserviência dos titulares de todos os órgãos de vigilância e controlo das actividades do governo.

O PM não reforma, mas nas alterações legislativas sobre as ordens profissionais, na educação, na saúde, na habitação, levadas a cabo pelo PS, assume como principal objectivo permitir que o governo controle tudo o que tem cariz privado nos referidos domínios da governação. Em segundo lugar, tais alterações recorrem a soluções complexas, burocráticas e, nalguns casos, mesmo violadoras de certos direitos fundamentais, não para simplificar ou facilitar a vida das pessoas, mas para premiar os militantes e simpatizantes do PS, contratando-os para preencherem os lugares criados pelos novos serviços, nomeadamente no controlo das ordens profissionais e nas emaranhadas e confusas soluções do pacote sobre a habitação, com a consequente fidelização do seu voto no PS.

3. Como Costa fabricou uma maioria absoluta e gere o seu enorme poder

O PM não é um bom político, é antes um hábil gestor do poder, na genial constatação de José António Saraiva. Conseguiu pôr na dependência do Orçamento do Estado cerca de 70% dos cidadãos com direito de voto e, depois, utilizando as armas da mentira e do medo, atemorizou a maioria dos eleitores com uma eventual e perigosa mudança de governo, o que lhe permitiu conquistar a maioria absoluta, sem que nada o justificasse.

A maneira como António Costa exerce o poder é tão engenhosa e enganosa em função dos métodos e objectivos que visa alcançar, que, em rigor, não pode considerar-se uma gestão ideológica, sendo antes uma actuação heterodoxa e versátil, com certos tiques de autoritarismo, que apenas visa o reforço do poder e o domínio das pessoas e das instituições públicas ou privadas.

Tudo se encaminha para a realização do sonho maior de António Costa, ou seja, a mexicanização do regime e a eternização do PS no poder.

Em face de tudo isto, pela governação que o PS vem praticando, Portugal já não é um Estado de Direito. E dificilmente poderá considerar-se uma democracia formal.

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