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Artigo de Opinião

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11/02/2023 08:00

No início do mês de fevereiro [2023], Ursula von der Leyen (Presidente da Comissão Europeia) e Charles Michel (Presidente do Conselho Europeu), reuniram-se com V. Zelenskyy (Presidente da Ucrânia), em Kiev, por ocasião da 24ª Cimeira Europeia. Nesta Cimeira debateram-se temas como a cooperação para a reconstrução e ajudas à Ucrânia, ou a resposta da UE à 'agressão militar da Rússia contra a Ucrânia'.

Estes dois momentos são relevantes para demonstrar como a invasão russa da Ucrânia mudou o quadro das relações internacionais.

O debate sobre a criação de um exército europeu - que, a bom rigor, deveria designar-se "Forças Armadas Europeias" - é já antigo, mas os recentes acontecimentos na Ucrânia trouxeram, a bem ou a mal, este debate novamente à baila.

Surgiram preocupações (legítimas) sobre a segurança dos europeus, deixando espaço para o debate sobre a eventual necessidade de um sistema de defesa unificado, entenda-se, 'exército europeu', bem como a discussões sobre a forma como um tal exército integraria com a NATO e de que forma esta decisão impactaria as relações entre países no quadro internacional.

Apesar de ser um tema que regressou a debate, parece perder o seu ímpeto, a partir do momento em que se assina a declaração conjunta UE-NATO em janeiro. Curiosamente, dá-se todo um novo fulgor à NATO, que regressa à sua missão de defesa do território aliado. Há um novo nível de cooperação funcional entre UE-NATO, onde esta última acaba por conseguir demonstrar que continua a ser necessária e relevante, assumindo maior participação na promoção da estabilidade e segurança dos Aliados. É neste sentido que o debate sobre a criação de um exército europeu se torna, claramente, extemporâneo.

Cada vez mais, a Europa procura uma base de defesa coletiva, essencial para a segurança euro-atlântica, na qual não cabe um exército europeu.

A defesa da democracia em território europeu implica assumir responsabilidades de defesa que não se fazem nem à margem, nem contra a NATO. E a UE já percebeu isso. A Ucrânia também. A Ucrânia nunca teve interesse em entrar para a NATO (nem agora, como ameaça à Rússia), mas quis a segurança da NATO para poder mostrar ao mundo que quer ser, como disse V. Zelenskyy no seu discurso ao Parlamento Europeu, a 1 de março 2022, "a escolha europeia". A escolha que, como repete, é o caminho para a liberdade.

No fundo, o povo ucraniano relembra diariamente aos líderes europeus o significado do projeto europeu, de ser europeu: a paz, o respeito pelos direitos humanos, a liberdade, e o garante do Estado de Direito. Um sonho defendido por poucos, em tempos de guerra, mas que mudou a História, em 1951. Sonho esse que, agora como nunca, importa manter vivo, pela Liberdade, pela Paz, com Humanismo.

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