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Artigo de Opinião

1/03/2022 08:00

As diferenças desta para uma no Sudão, por exemplo, é que neste caso conhecemos alguém de lá, ou sabemos de um caso de uma amiga de outro amigo que tem lá a família, e toca-nos mais, a compaixão acaba por ser maior. Mas é mais uma guerra, num planeta que mais se parece com um rastilho.

Guerras há de todas as formas e feitios. Por vezes, nós próprios travamos uma de modo a conseguir chegar ao dia seguinte, temos aquelas lutas pessoais sobre o certo e o errado, os dilemas morais que por vezes tomam conta de todo o nosso ser até ficarmos exacerbados por eles. São as pequenas dúvidas, as incertezas, o saber que o bem por vezes não triunfa, que nos fazem duvidar sobre as nossas ações, pois, no fundo, ninguém nasceu efetivamente mau. E estamos a caminhar, até ao fim dos nossos dias, no limbo do bem e do mal.

Temos o mito que a história é escrita pelos vencedores. Assim, é nos feito acreditar, mas quando o vencedor não é o 'correto' será que a história estava certa? Perdoe-me caro leitor, pelas frases que estão a ser jogadas e pelos dilemas que ando a levantar. A verdade é que nós enquanto humanidade, com séculos de evolução e de história, já devíamos ter chegado a alguma conclusão, a um consenso, digamos, sobre o como nós deveríamos comportar como seres humanos. A verdade é que parece que cada dia que passa temos um caminho cada vez mais longo a percorrer.

Continuamos a travar guerras que não nos dizem nada, quando por vezes ignoramos as que realmente importam até entrarem no ponto sem retorno. Quando já estamos prestes a içar a bandeira branca é que procuramos perceber onde é que erramos, em que momento é que a batalha se iniciou, quando é que fomos chamados para a mesma, como é que procedemos até aquele momento, como é que poderíamos ter agido de modo diferente, mas depois damos por nós a começar a içar a bandeira branca, já sem esperança do que poderá advir daí. Guardamos as nossas ações até ao ponto sem retorno, vivendo da inação, acabando por tornar-nos em meros peões presentes num tabuleiro que não entendemos.

Guerra. A palavra mais forte em qualquer dicionário, independente da língua, a palavra que antecede o inferno, e que fica muito longe da paz. As batalhas travam-se, a guerra perde-se, sempre.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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