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Artigo de Opinião

Professor

4/07/2021 08:00

Agora, fala-se também dos partidos novos que dizem ter altas expectativas. A poucos meses das autárquicas, e talvez porque ainda não saímos de vez dos efeitos da pandemia, há sobretudo uma espécie de letargia, de cansaço, de esgotamento que contagia ambas as partes, fazendo do debate público municipal matéria repetida e pouco interessante. É verdade que o muito que se fez no passado retirou brio aos projetos agora apresentados. Já não há nada de novo para além da gestão corrente do dia-a-dia do município. O resto são impulsos de campanha eleitoral.

Talvez as únicas notas dominantes sejam laterais ao interesse público. De um lado, a incapacidade para o presidente da Câmara se impor no seio do seu partido que continua a ser controlado, a nível concelhio, por um deputado que tem a concelhia na sua mão, sabe-se lá como, e que acaba de obrigar o autarca a fazer alterações na lista de candidatos, e isto após duas vitórias. O que é obra!

No outro lado, a curiosidade é ainda maior. O interesse é saber como vão as movimentações nos bastidores. Quantos já deram nega. Qual é o objetivo pessoal deste ou daquele candidato. Que promoção, que nomeação, que indigitação paira no ar ou é ansiosamente desejada. Infelizmente esta é a imagem resultante de práticas do passado recente.

Uma coisa e outra não estremecem a quietude, para não dizer alheamento, da população em relação às próximas autárquicas.

Talvez também por isso, com o Europeu a decorrer, a nossa atenção centrou-se sobretudo no futebol. Na esperança, entretanto, esfumada, de voltarmos a ser campeões. A sorte não nos bateu à porta desta vez. O sonho dissipou-se e, para compensar, ficou o desejo de ganhar o próximo Mundial. Não custa nada voltar a sonhar.

Ainda por cá, nesta cidade, houve quem nem sentisse a dor dessa derrota. Foi o dia da final da Taça da Madeira e Machico voltou a ganhar um título de futebol sénior, volvidos mais de vinte anos. Mas nada disso teria tamanho impacto se não fosse a alegria e entusiasmo da Brigada Tricolor.

Acompanho o futebol local desde tenra idade. Lembro-me das multidões que, em tempos, acompanhavam a ADM. Sei que depois as transmissões televisivas vieram matar o futebol de bairro, de aldeia ou de pequena cidade. Todos, de repente, passaram a acompanhar as melhores equipas nacionais e internacionais. Abandonaram o campo regional. O futebol local caiu no fosso. A brigada ADM aparece agora para dar a volta a isso e devolver o orgulho desportivo ao clube da terra. Os jovens, agora com mais formação académica e profissional, mais viajados e conhecedores de outras realidades, querem voltar ao bairrismo, querem evidenciar o seu orgulho de pertença à comunidade, à localidade. A brigada são os cânticos, as coreografias duma jovem claque, de ambos os sexos, que dão brilho e colorido enquanto rola a bola. São entusiasmo estonteante, apoio incondicional aos jogadores e técnicos. São explosão de alegria porque a taça também é deles. São fervura e frescura com códigos de boa educação, respeito pelo adversário e compreensão com a equipa de arbitragem. São uma força apreciável da juventude machiquense unida pela camisola tricolor. E que cresce, cresce, jogo após jogo. Como uma força que ninguém pode parar. Isso sim, dá gosto ver.

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