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Artigo de Opinião

Doutorada em História / Investigadora

28/12/2022 08:00

A pobreza constitui uma condição lesiva sob vários aspetos, e todos nós devemos estar atentos e dar os nossos contributos, nomeadamente ao estarmos despertos para as mais variadas questões, que esta potencia, como por exemplo: o difícil acesso a uma habitação digna, a uma alimentação adequada, a cuidados?de saúde atempados, a uma educação de qualidade, assim como ao acesso e inserção no mercado de trabalho, que valorize e empodere, que promova o desenvolvimento pessoal.

Escrevo ainda a pensar no Dia Internacional da Solidariedade Humana, que se assinalou a 20 deste mês. Dezembro é aquele tempo de introspeção. Todos os assuntos são colocados em perspetiva. Escrevo uma semana depois, com tempo para interiorizar o tema. Amplo e desafiante. É preciso refletirmos sobre a Solidariedade. Apesar de termos um sistema?de proteção social alargado, que visa assegurar a manutenção dos direitos básicos das pessoas e das?famílias - através da redução dos riscos ou necessidades relativas a situações de velhice, sobrevivência,?invalidez, desemprego, maternidade e paternidade, encargos familiares, doença, acidente de trabalho,?doença profissional e exclusão social -, devemos todos parar para pensar e tentar perceber como está o setor social e avaliar o alcance dos apoios aos mais desfavorecidos. Não basta sermos solidários. Temos de fazer valer os compromissos. Como cidadãos, como voluntários, como empresas, como autarquias. Sem este envolvimento, sem esta atuação em rede, mais difícil se tornará alcançar a meta definida até 2030: erradicar a pobreza extrema. Reduzir, pelo menos para metade, a proporção de homens, mulheres e crianças, que vivem na pobreza, através da implementação de medidas e programas de proteção social adequados, para todos, por forma a atingirmos uma cobertura substancial dos mais pobres e vulneráveis.

A pobreza é uma fatalidade? A esta questão que coloquei a mim própria, há já alguns anos, continuo a responder do mesmo modo. A pobreza é o resultado das nossas ações. Da sociedade no seu todo. Das políticas públicas. Não deixemos pois de acreditar. Que 2023 renove essa esperança.

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