MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

31/05/2022 08:00

Depois há sempre aquela questão: diz-se "fazer praia" ou "ir à praia"? Parece uma questão estúpida, mas vejamos, "ir à praia" só implica o facto de ir, não de estar. E "fazer praia" significa elaborar/conceber/ criar, e se bem sabemos ninguém faz nada disto quando "faz praia", a não ser castelos na areia do Porto Santo. Por estas razões sugiro aos madeirenses que digam algo como "Hoje vou usufruir da praia".

Chegou a hora de muitos voltarem a percorrer o desafiante calhau, como de uma prova de obstáculos se tratasse. Já sabemos que para isto temos atletas de todos os níveis. Existem profissionais da "corrida em calhau" (atletas olímpicos de enorme valor insular); existem peritos na estratégia da pedra grande/ pedra grande; os que parece que estão a jogar ao 123 meia-lua, cujo método consiste em fazer travagens bruscas; outros que lhes apelido de "aves", constantemente de asas abertas para garantir que não perdem um pivot. Para os que apreciam aquelas provas que dá na televisão de gente a ultrapassar obstáculos e outras recriações dos esquecidos "Jogos sem Fronteiras", hão também de recordar-se daquele amigo/amiga que faz tudo bem no calhau, dando a ideia que vai fazer a caminhada até à água de forma exemplar, e depois, sem esperar, escorrega no lodo, fica com uma lapa na perna e estraga a prova toda. Para terminar, como tudo numa sociedade, dou destaque à elite do calhau, que herdaram dos nossos turistas, o sapatinho do calhau à prova de água. Um acessório sem dúvida a considerar para este verão.

Chegou também a hora de nos deleitarmos e, por outro lado, libertarmos a nossa frustração com a vida, perante as centenas de crianças e adolescentes que sonham ser o grande nome olímpico dos saltos para a água, e nós sem sabermos recebemos convites para a primeira fila do evento de qualificação. São tesouras, peixes elétricos, pontapés para a lua, mortais para trás e para a frente, as famosas bombas, os touros, as canetas, o cristo-rei, o pinguim, entre outros, o que não falta é criatividade ao jovem madeirense em nomear acrobacias. Mas a grande atração do aparato do mergulho é o "respinganço". Ao contrário da modalidade, segue-se a prática do "Quem ganha é quem respinga mais!". Quanto mais respingar melhor é a "caneta" ou a "bomba", e o vencedor é eleito quando se ouve um "Ai!" bem audível vindo das toalhas das redondezas, seguido por um aviso enervado, culminando nos risos da miudagem. Não posso deixar de referir, a dúvida dos atletas sobre a sua performance, na forma da célebre expressão "Respingou?!". Como seria de esperar, existem os galãs, que numa tentativa de cortejar as jovens, atentas aos seus mergulhos, reinventam-se e na tentativa do mais belo salto, atingem a marca do insucesso e um vermelhão estonteante, deleitando-as com uma bela chapa - acontece a todos, o que interessa é dizer que não doeu e disfarçar.

Para todos os efeitos, usufruam da praia, levem lanches e lanchinhos, frutas e frutinhas, Protetor 50 +, águas e os suminhos para a pequenada, o guarda sol, uma bola, o cão, o gato, a prima que esteve embarcada e não gosta do calhau, e o jornal para terem tema de conversa se cruzarem com um conhecido, e acima de tudo permaneçam relaxados, mesmo quando, sem avisar, ouvirem aquele: "Amigo! Amigo! Vê se Respinga!".

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