MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

13/01/2025 04:30

Os impérios surgiram muitas vezes na sequência de regimes anteriores que fracassaram, e que, pela força, foram criando modelos de desenvolvimento sustentados em políticas autoritárias e expansionistas, levando, muitas vezes, a população a apoiar imperadores que não faziam mais do que mostrar algum desenvolvimento, distribuindo migalhas por uma população na sua maioria pobre, enquanto que uma pequena elite vivia na luxuria. O império romano é um bom exemplo disso, onde nas imponentes arenas não faltavam deslumbrantes festas para animar e iludir os súbditos do imperador.

Todos os impérios têm o seu ciclo de vida, desde a sua criação, passando pelo crescimento, atingindo o apogeu e por fim o derradeiro declínio. Porque mais cedo ou mais tarde o povo acorda da letargia criada pelo poder e pela ameaça, e o seu fim acaba sempre por ser uma inevitabilidade. Recorrendo novamente ao romano, a queda aconteceu pelo enfraquecimento das suas tropas, pela corrupção e pela instabilidade política associada também a problemas económicos.

Nos tempos modernos, depois de Putin temos um Trump que também quer recuperar o modelo imperialista do passado, ameaçando territórios com as suas anexações num modelo de imperialismos que já não é aceitável nos tempos de hoje e cujas ações e modelo nenhum país tolerará.

Muito mais próximo do que os impérios de César ou dos desejos de tresloucados das superpotências, por cá, temos governantes que também sonham com Roma e o seu modelo imperial de desenvolvimento, nomeadamente ludibriando a população, fazendo pomposas festas, algumas mais recatadas a norte, onde arcos e linhas compõem a mesa dos privilegiados, recheadas também com caça e vinho. Alegram os súbditos com a distribuição de migalhas pelos pobres, usam as casas do povo para enganar os mais idosos, fazem viagens pelas ilhas e à volta da ilha, patrocinam festivais um pouco por todo o lado, e assim gastam o dinheiro dos contribuintes. Constroem uma via ápia para aqui, uma via latina para ali e mais uma ou outra infraestrutura, mas sempre com o chicote na mão, ameaçando retirar este ou aquele privilégio. A necessidade de manter o povo amordaçado e submisso é imperiosa para a manutenção do poder.

Só que tempos novos surgem no horizonte, e, mais uma vez, tal como o império romano, as tropas começam a dispersar, as suspeitas de corrupção levam à instabilidade política, e os problemas económicos e sociais associam-se. A queda do império está à vista.

O povo irá libertar-se e escolher uma diferente via de desenvolvimento. Com mais justiça, com igualdade de oportunidades e, acima de tudo, que acrescente valor e dignidade às pessoas. O povo não tolerará mais as indiferenças, os abandonos, as ameaças ao seu emprego e à sua família só por ter opinião, só por não abanar a cabeça que sim ao que lhes é imposto ou por não concordar com fulano ou sicrano. Finalmente sentirá a liberdade que os verdadeiros regimes democráticos proporcionam.

Porque democracia é aceitar a diferença, é aceitar a liberdade de opinião, é conviver com a diversidade.

E já agora também uma nota interna: Quem muito ladra e na hora da verdade foge é um cobarde que não merece qualquer respeito.

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas