As tradições são para se manter. Normalmente o meu último artigo do ano, se ficar no final do mês de dezembro, como é o caso, faço o balanço do que fica a nível musical. Por vezes, é adiado para a primeira crónica do ano, se a mesma for no início do mesmo. 2025 calha, poeticamente, no penúltimo dia. E que ano musical que foi...
Bad Bunny - DeBÍ TiRaR MáS FOTos: o disco de aclamação do artista porto-riquenho, soltando as amarras do reggaeton e abraçando a música latina, ao mesmo tornando-se cada vez mais global.
Rosalía - Lux: que dizer? Uma experiência celestial, um álbum agregador, participações de Bjork, Carminho, Yves Tumor, juntando os mais diversos estilos. A beleza começa nos primeiros acordes que acompanham o crescimento e maturação de Rosalía.
Geese - Getting Killed: o legado do indie rock deixado por Arctic Monkeys, abraçado pela banda americana, ao mesmo que se funde rock com jazz, pop, e que são coroados como os messias do rock para a Gen Z.
Bartees Strange - Horror: continuamos com o rock alternativo, na vertente canto-autor. Horror é maior, com uma produção fantástica, que mostra que o passo do DIY para o algo mais polido, nem sempre é mau.
Earl Sweatshirt - Live Laugh Love: Earl é, atualmente, das mentes mais criativas do hip hop. Live Laugh Love, segue as pegadas do lendário MF Doom a nível de produção, que conta o uma odisseia.
Pulp - More: alguém apregoou a morte da britpop algures no início do milénio. Pulp regressam após 24 anos aos discos, com a missão de ressuscitar a mesma e como milagre, queremos mais.
Deftones - private music: a banda mais incompreendida do metal regressa com estrondo. Em private music a banda californiana apresenta-nos o seu melhor álbum.
Turnstile - NEVER ENOUGH: uma afirmação, é assim que podemos apelidar o álbum que contribuiu para a explosão de Turnstile. Punk com o requinte de New Ave, numa expansão de estilo.
DJ Koze - Music Can Hear Us: o alemão traz consigo o melhor disco de música eletrónica do ano. Colaborações com Damon Albarn em “Pure Love” é, somente, puro amor, numa viagem pelo universo de Koze.
Ichiko Aoba - Luminescent Creatures: um sonho materializado em som, é a descrição desta maravilha experimental trazida pela japonesa Ichiko Aoba.
Linda May Han Oh - Strange Heavens: falemos de jazz, Linda May junta-se a Ambrose Akinmusire e Tyshawn Sorey para lançar aquele que é provavelmente o melhor álbum de jazz do ano.
Noiserv - 7305: o regresso de Noiserv é acompanhado com a mesma delicadeza de sempre. A beleza das composições, na celebração de 20 anos de carreira, é um regresso a um passado familiar.
Mão Morta-Viva La Muerta: o álbum mais relevante que os Mão Morta lançam em bastante, sempre político, sempre atento o homem que é Luxúria por parte da mãe e Canibal por parte do pai, enche-se com canções de intervenção num Portugal perdido.
Malva - Poros: a delicadeza ao longo 10 atos, que refletem o crescimento e a sensatez que é alcançada no segundo disco Carolina Viana.
MXGPU - Sudden Light: depois de anos em digressão juntos, singles em conjunto, temos o tão aguardado primeiro álbum dos génios da música eletrónica portuguesa, Moullinex e GPU Panic, e que estreia, uma lufada de ar fresco e de esperança.
PS: a lista não tem ordem predefinida. E tem muitos álbuns que ficaram fora por falta de espaço, como é o caso de Climpse, Alex G, Vaiapraia, etc.