A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP recomprou 900 milhões de euros de dívida pública, numa altura de “excesso de liquidez da tesouraria do Estado”, segundo foi hoje anunciado.
“Num contexto de excesso de liquidez da tesouraria do Estado face ao objetivo fixado para o volume de depósitos das Administrações Públicas, no final do ano”, o IGCP avançou com a recompra de 900 milhões em dívida pública, a condições de mercado, lê-se em comunicado enviado hoje pelo Ministério das Finanças.
Somando esta operação ao leilão de recompra no dia 17 de dezembro e à amortização antecipada de dívida ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), a 22 deste mês, “foi possível à República Portuguesa amortizar, antecipadamente, em dezembro, cerca de 4,5 mil milhões de euros de dívida pública, ou seja, cerca de 1,4% do PIB”.
“A redução continuada do endividamento do Estado advém da boa situação económica e orçamental do país, resultante do mérito das famílias e das empresas, na criação de riqueza”, reitera o ministério liderado por Joaquim Miranda Sarmento.
No Orçamento do Estado para 2026, o executivo indicou que pretende alcançar excedentes de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% em 2026. Quanto ao rácio da dívida, estima a redução para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
O IGCP também comunicou esta operação, indicando que, “com o intuito de suavizar o perfil de reembolsos nos próximos dois anos a um custo favorável, no dia 29 de dezembro de 2025”, realizou “operações de recompra de títulos de dívida em mercado com diversos operadores no montante total de 886 milhões” de euros.
Estão em causa seis títulos de dívida, dos quais três referentes a Bilhetes do Tesouro com prazos a maio, julho e setembro de 2026, e três Obrigações do Tesouro, de julho de 2026 e abril e outubro de 2027.
Em 17 de dezembro, o IGCP tinha adquirido num leilão de recompra 1.046 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com vencimento em julho de 2026 e em agosto e outubro de 2027.
Já em 22 de dezembro, o Governo português reembolsou antecipadamente 2,5 mil milhões de euros de assistência macrofinanceira da União Europeia, ficando por liquidar 19,8 mil milhões de euros.
Este reembolso antecipado diz respeito ao programa de assistência financeira a Portugal em 2011-2014.