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JMJ: Cartazes contra abusos sexuais na Igreja colocados em Lisboa, Loures e Algés

JM-Madeira

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Data de publicação
02 Agosto 2023
11:17

Cartazes em que se denunciam os abusos sexuais a crianças na Igreja portuguesa surgiram hoje de manhã em três locais de Lisboa, Loures e Algés.

Uma das promotoras dos cartazes, Telma Tavares, publicou na rede X (ex-Twitter) uma mensagem: "A cidade está deserta E alguém escreveu em toda a parte Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas".

"Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal" é a frase, em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas, e colocada em cartazes em Lisboa, Loures e Algés hoje de madrugada, dia em chegou a Lisboa o Papa Francisco para participat na Jornada Mundial de Juventude (JMJ), que começou na terça-feira e termina no domingo.

A publicação na rede social X mostra as fotos dos três cartazes.

A ideia deste movimento "This is our memorial" (Este é o nosso memorial) nasceu no Twitter e os promotores fizeram uma recolha de fundos que permitiu a colocação dos cartazes.

A iniciativa de um grupo de pessoas surgiu nas redes sociais antes da JMJ.

O último ano e meio na Igreja portuguesa foi marcado pelas suspeitas de casos de abuso que saltaram para o domínio público e que deram origem a uma comissão independente para estudar esses abusos.

Em novembro de 2021, mais de duas centenas de católicos defenderam que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deveria "tomar a iniciativa de organizar uma investigação independente sobre os crimes de abuso sexual na Igreja".

O documento, assinado por figuras como a escritora Alice Vieira, o deputado José Manuel Pureza, o jornalista Jorge Wemans ou o ex-presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, era perentório: "Se queremos manter um diálogo com a sociedade a que pertencemos e que servimos, não existe alternativa!".

Poucos dias depois, o pedopsiquiatra Pedro Strecht era nomeado pela CEP como coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja.

Esta comissão iniciou o seu trabalho no dia 11 de janeiro de 2022, apresentou resultados em fevereiro deste ano e anunciou a validação de 512 testemunhos de alegados casos de abuso em Portugal, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg’" deste fenómeno.

Na sequência destes resultados, algumas dioceses afastaram cautelarmente sacerdotes do ministério.

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