Numa nota enviada à redação, Sara Cerdas considerou que o Plano Europeu de Combate ao Cancro, apresentado no mês passado pela Comissão Europeia, deve apresentar uma estratégia ambiciosa para a resistência antimicrobiana, "a próxima pandemia que a nossa sociedade irá enfrentar, e cujo fardo económico e social poderá superar a da COVID-19".
A eurodeputada questionou a Comissão Europeia sobre como esta procurará mitigar o problema das infeções por microrganismos multirresistentes em doentes oncológicos, bem como garantir que a "vigilância epidemiológica e a investigação científica, que o programa atualmente contempla, terá em consideração os agentes antimicrobianos e como estes afetam os doentes oncológicos e a sua sobrevida".
Segundo sublinhou Sara Cerdas, "a investigação e a literacia para a saúde, desde que feitos esforços por todas as instituições e agentes, poderão ainda contribuir para controlar e reverter possíveis futuras pandemias".
A deputada madeirense mais salientou que "a utilização de antibióticos é um pilar central na gestão dos doentes oncológicos e a ineficácia destes fármacos poderá apresentar um problema grave que poderá ter um impacto muito alto nos sistemas de saúde e sociedade", considerando também que para uma estratégia de tratamento do cancro bem sucedida "é essencial dispor de antibióticos eficazes, pois estes doentes têm maior risco de infecções por organismos multirresistentes. A resistência aos antibióticos é uma ameaça aos doentes, à sobrevida e obtenção de um bom resultado no seu tratamento".
Sara Cerdas apontou ainda que a Comissão Europeu deverá reforçar a rede da UE «Uma Só Saúde» (The EU AMR One-Health Network) contra a resistência aos agentes antimicrobianos, de forma a intensificar a troca de informação entre os Estados-Membros e melhorar o planeamento de ações concretas contra esta ameaça.