MADEIRA Meteorologia

Papa Francisco apela aos países para "construírem a paz"

JM-Madeira

JM-Madeira

Data de publicação
30 Abril 2023
18:31

O Papa Francisco fez hoje um novo apelo ao fim da guerra na Ucrânia, exortando "os chefes das nações a construir a paz", numa oração realizada em Budapeste, na Hungria, onde cumpre o último dia de visita oficial.

"Infunde no coração dos homens e dos dirigentes das nações o desejo de construir a paz, de dar às jovens gerações um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de sepulturas; um mundo de irmãos, não de muros", disse o Papa durante a oração Regina Caeli, que rezou logo após a missa a que presidiu na Praça Kosuth Lajos, na capital húngara.

O sumo pontífice assumiu ainda ter pensado muito nestes dias "na causa da paz" e pediu à Virgem Santa para velar pelos povos que mais sofrem. "Olhai especialmente para o povo ucraniano, vizinho e atormentado, e para o povo russo, a vós consagrado", disse.

Por outro lado, o Papa chamou também a atenção para a tecnologia e o impacto dos algoritmos, que "podem representar mais um risco de desestabilização do humano".

Num discurso em que refletiu sobre as novas tecnologias, ao visitar a Faculdade de Ciências Informáticas e Biónicas da Universidade Católica "Péter Pázmány", em Budapeste, o líder da Igreja Católica advertiu que, por vezes, o uso da tecnologia pode levar "à falta de limites", na lógica do "pode ser feito, logo é lícito".

"Pensemos também no desejo de colocar no centro de tudo, não a pessoa e as suas relações, mas o indivíduo, centrado nas suas próprias necessidades, ávido de acumular e voraz em agarrar a realidade", disse o Papa, sublinhando que os "laços comunitários" podem sair degradados: "Quantos indivíduos isolados, muito ligados em rede socialmente e pouco sociais, recorrem, como num círculo vicioso, às consolações da tecnologia para preencher o vazio?".

Embora tenha frisado não querer ser pessimista, considerando que isso seria contrário à sua fé, o Papa Francisco alertou para a "arrogância do ser e do ter", recorrendo a citações do livro "O Senhor do Mundo", de Robert Benson, que "descreve um futuro dominado pela tecnologia e no qual tudo, em nome do progresso, é estandardizado", num humanismo que suprime diferenças e ajuda a abolir as religiões.

"Com a ajuda da ciência não queremos apenas compreender, queremos também fazer a coisa certa, ou seja, construir uma civilização humana e solidária, uma cultura sustentável e um ambiente sustentável", acrescentou.

Salientando o facto de que "a Hungria assistiu a uma sucessão de ‘ismos’ que se impuseram como verdade, mas não deram liberdade", o Papa falou da transição do comunismo para o consumismo.

"Em ambos os 'ismos' há uma falsa ideia de liberdade: a do comunismo era uma liberdade forçada, limitada de fora, decidida por alguém; a do consumismo é uma liberdade libertária, hedonista, achatada, que nos torna escravos do consumo e das coisas", observou, sem deixar de concluir com a defesa de um conhecimento interligado com o amor, a humildade e um espírito comunitário e construtivo.

Lusa

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas