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PS vota contra: “Não vamos votar um Orçamento só porque dá jeito a Miguel Albuquerque”

Paula Abreu

Jornalista

Data de publicação
09 Dezembro 2024
12:50

Paulo Cafôfo também anunciou que o voto do PS será contra a proposta de Orçamento regional para 2025. No seu discurso, no encerramento da discussão na generalidade do documento, o líder parlamentar do PS elencou, como linha do tempo, seis etapas exemplificativas da coerência do PS, para também justificar o sentido de voto.

Desde os resultados das eleições em maio, em que o PS apresentou uma solução governativa com o JPP, o voto contra o Programa de Governo, propostas apresentadas pelo PS no Orçamento para 2024, e chumbadas, o anúncio que votariam a favor da moção de censura, Paulo Cafôfo expressou que o PS é contra Miguel Albuquerque, “mas nunca fugimos ao debate ainda para mais quando esse debate serve para desmascarar alguns partidos - o CDS, o CH, o PAN e a IL - e confrontá-los com o seu apoio ao PSD”.

“Consideramos que deveria haver o debate do Orçamento, um Orçamento que é do PSD e dos partidos que viabilizaram o Programa de Governo que contém muitas propostas suas, e que agora queriam fugir às suas responsabilidades. Quem em julho tornou possível que Miguel Albuquerque fosse presidente do governo, agora que lhe aprove o orçamento. Sejam adultos! A responsabilidade nunca poderá ser do PS, porque nunca demos a mão a Miguel Albuquerque.”, realçou o socialista.

“Uma coisa é o PS dar a oportunidade ao PSD e aos partidos que viabilizaram o Governo, de debater o Orçamento e aprová-lo, outra coisa é ser o PS a aprová-lo quando disse sempre ‘Não’ a Miguel Albuquerque e ao PSD”. Paulo Cafôfo foi contundente: “O nosso voto no Orçamento de 2025, por essas razões, só pode ser contra. Não vamos votar um Orçamento só porque dá jeito a Miguel Albuquerque. Acho que já nem ao PSD dá jeito...”

“O que queremos é um Orçamento que dê jeito aos madeirenses e aos porto-santenses. Este é um Orçamento a pensar em eleições, que procurar salvar Miguel Albuquerque, mas que não salva os madeirenses da pobreza, da doença (pela dificuldade em acederam a uma cirurgia ou a uma consulta), ou da falta de uma habitação decente. Não precisamos de um Orçamento que resolva a vida de Miguel Albuquerque e dos seus amigos, mas que resolva os problemas do dia a dia das pessoas que se gravam a cada ano de governo do PSD. Senhoras deputadas e senhores deputados À Madeira não serve qualquer Orçamento. Muito menos um Orçamento que não resolve os problemas estruturais da Região. Um Orçamento que não muda nada e que mantém os interesses e as desigualdades. Este é um Orçamento grande, mas não é grande coisa. É um Orçamento grande nos números, mas pequeno nas soluções para resolver os problemas das pessoas”.

“Um Orçamento claramente eleitoralista, que dá umas migalhas, mas não enche a barriga a ninguém, a não ser aqueles que à mesa comem a maior fatia desse Orçamento. Um Orçamento que volta a ter recordes de receitas de impostos, que não corta no despesismo e nas gorduras, e que não tem uma estratégia para distribuir de forma justa a riqueza gerada na Região, aumentando o rendimento e o poder de compra de quem tanto trabalha e nada amealha”.

Na sua intervenção, disse que “este Orçamento confunde crescimento económico com distribuição de riqueza. Deixo aqui uma pergunta de Almeida Garrett: “Quantos pobres são precisos, afinal, para produzirem um, somente um rico? O PSD não precisa do PS para aprovar o seu Orçamento. Foi mesmo Miguel Albuquerque que disse mesmo contar com os partidos antissocialistas. O PS tem 11 deputados. Sobram outros 36 deputados para aprovarem o seu Orçamento”, atirou.

“Mesmo que o nosso sentido de voto fosse a favor ou mesmo a abstenção, tal não evitaria o continuar da crise política. A instabilidade só acabará com a saída de Miguel Albuquerque e o fim do regime do PSD. E se não sai por sua livre vontade, que seja o povo a pô-lo na rua! Ao PS exige-se clareza e firmeza. Que fique bem clara a nossa coerência: opomo-nos a este governo, opomo-nos a este Orçamento! E votamos contra a moção de confiança e o orçamento deste governo, porque queremos e sabemos que há outra alternativa”, sublinhou Paulo Cafôfo, garantindo que “o PS trabalha para outra solução governativa”.

Depois de lembrar os processos judiciais em que os membros do governo são arguidos. Paulo Cafôfo também recordou que a Madeira já passou por outros momentos conturbados, mas que é tempo de tomar decisões difíceis e seguir outro rumo. “Somos livres e somos capazes de escolher o nosso destino. A viagem não acaba com Orçamento ou com a Moção de Censura, bem pelo contrário, continua e podemos ir mais longe do que fomos até agora”.

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