Entre 5 e 9 de abril, serão vacinados os 5 mil professores e funcionários que faltam. Até 16 de abril haverá testagem massiva de alunos em idade de escolaridade obrigatória. Tudo para permitir um regresso normal às aulas presenciais.A Escola Secundária Jaime Moniz recebeu na tarde de ontem duas importantes reuniões entre a tutela da Educação e as direções executivas das escolas básicas e secundárias. Os encontros permitiram apurar os procedimentos quer quanto à vacinação e testagem, quer quanto à manutenção dos planos de contingência das escolas, na perspetiva da retoma das aulas presenciais.
Jorge Carvalho confirmou ao Jornal que os docentes afetos à Região que exerçam as suas atividades no ensino básico e no ensino secundário vão ser vacinados entre os dias 5 e 9 de abril. A operação de testagem aos cerca de 40 mil alunos seguirá um plano que começa também na segunda-feira de Páscoa, estendendo-se até 16 de abril.
Numa altura em que alunos, funcionários e professores gozam um período de relaxe proporcionado pela pausa letiva da Páscoa, o secretário regional Jorge Carvalho não desarma na sensibilização para a prevenção. “É deveras importante que durante o período da Páscoa sejam mantidos todos os alertas”, adverte, em declarações ao JM. “Todos os comportamentos e recomendações emanados pelas autoridades de saúde devem ser cumpridos rigorosamente, sob pena de termos de enfrentar situações que ninguém deseja, caso algo corra mal”.
Regresso em segurança
Para o secretário da Educação, o regresso ao regime de aulas presenciais é essencial e é a principal aposta da Região. “Apenas por razões de saúde pública se tem recorrido ao regime de aulas à distância”, enquadra o governante. “É preciso ficar claro que o facto de a Região deter condições de elevada qualidade para promover a alternativa do ensino à distância, sem deixar ninguém para trás, não significa que não sejam desenvolvidos todos os esforços para o regresso à normalidade do ensino presencial, como agora é possível concretizar”.
Nesse sentido, o secretário regional refere que a vacinação de professores e funcionários dos ensinos básico e secundário faz parte desse plano de regresso às aulas presenciais, o qual contempla igualmente a testagem massiva dos alunos. “A proximidade dos exames finais nacionais de 11.º e 12.º anos, bem como das classificações finais dos alunos dos restantes anos reforçam quanto é acertada a estratégia determinada pelas autoridades de saúde no sentido da vacinação e da testagem”.
O governante defende que se impõe ter bem presente que a vacinação de professores e de funcionários, a par dos testes dos alunos, tem um “grande alcance social”, tanto pelos “números envolvidos”, como pela “mobilidade dos diferentes grupos” em toda a Região.
Antes de revelar a forma como estão calendarizadas as duas operações – vacinação e testagem – Jorge Carvalho insiste que esses dois processos “não dispensam nenhuma das medidas de combate à pandemia, sobre as quais as escolas manterão uma apertada vigilância, de acordo com o estabelecido nos respetivos planos de contingência”.
Cinco mil adultos
Quanto à forma como tudo decorrerá, o secretário da Educação começa por revelar que os docentes afetos à Região que exerçam as suas atividades no ensino básico e no ensino secundário vão ser vacinados entre os dias 5 e 9 de abril, numa ação que volta a acontecer no Centro de Vacinação da Madeira, instalado no edifício do Madeira Tecnopolo, tal qual aconteceu com os docentes, técnicos e funcionários das creches, do pré-escolar e das unidades de educação especial.
Em números aproximados, Jorge Carvalho estima que serão vacinados, entre professores e funcionários, um total de cinco mil indivíduos, sendo que uma parte daqueles que, por pertencerem ao quadro do ensino básico, deviam ser vacinados agora, já o foram em conjunto com os docentes, técnicos e funcionários das creches, do pré-escolar e das unidades de educação especial.
O calendário – 5 a 9 de abril – foi definido em função das disponibilidades de vacinas, devendo as mesmas ser aplicadas poucos dias após a chegada à Região de nova remessa, atribuída pelas autoridades nacionais, estando salvaguardado um período de segurança entre a data da entrega e o início da operação.
Condicionalismos que estiveram em foco nas duas reuniões que a tutela realizou durante a tarde de ontem com as direções executivas das escolas básicas e secundárias, encontro efetuado na Escola Secundária Jaime Moniz, durante o qual estiveram em foco os procedimentos quer quanto à vacinação e testagem, quer quanto à manutenção dos planos de contingência das escolas.
Tal como referiu o governante ao JM, é ponto assente que os cuidados gerais que devem ser adotados no combate à pandemia se mantêm atuais e manter-se-ão sob escrutínio assertivo por parte das escolas. Ao fim e ao cabo, a mensagem a passar é que estar vacinado ou ter realizado um teste não corresponde a um estado que dispense, nomeadamente, o uso de máscara, a lavagem frequente das mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento social.
Não sendo possível a indicação precisa das datas da toma da vacina por parte dos docentes e funcionários das escolas, é, no entanto, praticamente certo que a média diária de aplicações será ligeiramente superior a mil, sobrando no último dia (9 de abril) cerca de 600 casos por resolver.
Testes para 40 mil
Certo é que o ensino secundário vai reabrir a 8 de abril, ficando por acertar apenas a data definitiva do regresso das aulas para o 3.º ciclo. Nessa perspetiva, todos os alunos em idade de escolaridade obrigatória, bem como os demais que frequentam estabelecimentos com a valência creche e de educação pré-escolar, num total aproximado a 40 mil indivíduos, serão testados à covid-19.
Conforme confidenciou o secretário regional ao JM, a prioridade estabelecida conduzirá à testagem dos alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário (cursos gerais), por serem aqueles que, praticamente nos últimos três meses, se mantiveram fora da escola e, nessa medida, sujeitos a procedimentos de deteção de infeção menos rigorosos do que os alunos que se mantiveram em regime presencial.
A operação de testagem será realizada, salvo algum acerto de última hora, entre os dias 5 e 16 de abril, sendo que os alunos da Escola Secundária Francisco Franco deverão realizar os seus testes no dia 5, no pavilhão da escola, e os da Escola Secundária Jaime Moniz no dia seguinte, também no pavilhão da sua escola; nestes dois dias serão realizados cerca de 4.250 testes. Ontem mesmo, os alunos da Francisco Franco já estavam a ser convocados por mensagem eletrónica.
Por seu turno, o pavilhão da Jaime Moniz será palco, nos dias seguintes, da realização de testes aos alunos das restantes escolas básicas e secundárias do concelho do Funchal; no mesmo espaço, mas a 16 de abril, será a vez dos alunos das escolas profissionais, do Conservatório, da Francisco Fernandes e do Serviço Técnico de Formação Profissional.
Nos restantes concelhos da Região, a testagem de alunos está prevista para a mancha temporal entre 12 e 15 de abril, devendo a operação decorrer nos espaços definidos por cada escola para o efeito, com exceção do Porto Santo, cujo calendário será estabelecido nos próximos dias.
Segundo apurou o JM, em todas as circunstâncias, a realização do teste acontecerá em grupos correspondentes às turmas em que os alunos se encontram inscritos, acompanhados pelos respetivos diretores, sendo que o calendário de testagem dos restantes alunos matriculados nos outros níveis de ensino será definido em breve.
Por Agostinho Silva