MADEIRA Meteorologia

Turismo surge como ameaça baixa à Laurissilva em avaliação internacional

Data de publicação
24 Novembro 2025
16:44

No fórum sobre os 25 anos da Laurissilva como Património Mundial da UNESCO, que decorreu esta tarde no, Jardim Botânico da Madeira - Eng.º Rui Vieira, Paulo Oliveira, vogal do IFCN e gestor do bem Laurissilva para a UNESCO, apresentou as principais conclusões da mais recente avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), órgão consultivo da UNESCO para o Património Natural.

Recordou que a UICN é “uma grande referência mundial” e que as avaliações são feitas por peritos independentes, chegando depois à Região para validação. A Laurissilva foi avaliada várias vezes desde 2014 e mais recentemente em 2025, sendo atualmente classificada no terceiro nível mais elevado de uma escala de quatro, isto é, “está bem, com algumas preocupações”, algo que considerou “a coisa mais natural do mundo”.

Segundo Paulo Oliveira, 50% dos bens avaliados no mundo estão neste mesmo escalão, 16% estão no nível “bom” e os restantes surgem com “preocupações significativas” ou em situação “crítica”. “Estamos muito bem posicionados, independentemente dessas preocupações”, sublinhou, acrescentando que a proporção de áreas nos dois escalões inferiores (3 e 4) desceu de 63% em 2014 para 50%, o que considera um sinal positivo.

O responsável destacou, no entanto, uma mudança relevante: as alterações climáticas passaram para o topo das ameaças à Laurissilva, quando em 2014 surgiam apenas em quarto ou quinto lugar. “A nível dos ambientes florestais, as alterações climáticas criam um sistema de dinâmica catastrófica em cadeia”, alertou, descrevendo essa sequência: subida de temperaturas, aumento do risco de incêndios, degradação do habitat, instalação de espécies invasoras.

“A melhor proteção que podemos dar à Laurissilva é mantê-la em bom estado de conservação”, defendeu, vincando que as invasoras não se estabelecem nas zonas onde a floresta está saudável. Por isso, considera essencial intervir fora da Laurissilva, criando uma zona tampão de prevenção.

Voltando ao relatório da UICN, Paulo Oliveira realçou que a gestão foi o ponto onde a Madeira mais pontuou, com destaque para a capacidade de combate aos incêndios, incluindo o meio aéreo. E deixou uma nota que contraria parte do debate público: o turismo surge num patamar baixo das ameaças identificadas para a Laurissilva, ao contrário do que acontece a nível mundial, onde aparece bastante mais alto.

Nem todos os territórios “têm a resiliência ao turismo que esta floresta demonstra”, observou, lembrando que a própria orografia da Madeira ajuda a limitar impactos, sem dispensar, contudo, vigilância permanente e medidas de gestão como as agora anunciadas para controlo de fluxos nos percursos.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Enfermeira especialista em reabilitação e mestranda em Gestão de Empresas
11/12/2025 08:00

O inverno chega e com ele, a pressão sobre os pulmões e sobre o sistema de saúde. As infeções respiratórias agravam-se: gripe, bronquiolites, crises asmáticas...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com a entrega do Prémio Nobel da Paz a Maria Corina Machado?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas