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Taxistas "com cabeça a prémio" pela "ganância" de António Loreto

JM-Madeira

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Data de publicação
23 Março 2021
5:00

João Eusébio Gomes, ex-presidente da Assembleia da AITRAM, lamenta que o atual presidente da associação de taxistas queira "manter o monopólio" dos serviços atribuídos pelo SESARAM.

Está instalada a desordem entre a classe de taxistas. Em causa está o protocolo que seria assinado na última terça-feira, 16 de março, entre o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) e as três associações de táxis da Madeira, mas que acabou chumbado e dependente da discussão do mesmo entre os órgãos internos da AITRAM.

O eco da indignação surge por parte de João Eusébio Gomes, ex-presidente da Assembleia da Associação Industrial de Táxi da Região Autónoma da Madeira (AITRAM) e administrador do FórumTaxi na RAM, que acusa o atual presidente da AITRAM, António Loreto, de, por "ganância", querer "manter o monopólio" dos "cerca de mais de 6.000 serviços mensais atribuídos pelo SESARAM" aos taxistas.

Uma reunião realizada há uma semana por iniciativa da entidade regional de saúde tinha por objetivo a inclusão de uma nova associação (a TAXISRAM) no protocolo já existente (entre o SESARAM, a AITRAM e a ASAT) que visa garantir os encargos com o transporte não urgente de doentes para a realização das prestações de saúde.

Recorde-se, como o JM avançou oportunamente, que o acordo do SESARAM que acrescentaria a recém-criada TAXISRAM ao protocolo em vigor, entre a entidade pública e a AITRAM e a ASAT, desde 2018, e que permite o transporte de doentes não urgentes nos casos previstos e sempre que o SESARAM não disponha de viaturas disponíveis, acabou falhado devido à posição intransigente da AITRAM em ceder no novo acordo posições que abrangeriam as outras duas associações.

A AITRAM, presidida por António Loreto, não se disponibilizou para assinar o acordo, alegando que é necessário que haja uma decisão da direção nesse sentido e a mesma tem de ser submetida a aprovação em Assembleia Geral, que está agendada para abril de 2021. Nesse sentido, o SESARAM determinou que as partes intervenientes voltam a reunir-se a 28 de abril para a tomada de decisão final, sendo de salientar que tanto a ASAT como a TAXISRAM apresentaram posições favoráveis ao acordo.

Para Eusébio Gomes, a "ganância" do líder da AITRAM colocou os táxis que efetuam os serviços do SESARAM "com a cabeça a prémio", não permitindo "de forma alguma a entrada de novas associações no protocolo" em vigor desde 2018, que o mesmo terá assinado na altura "sem fazer qualquer consulta".

O desfecho da última reunião acabou por "prejudicar todos os profissionais de táxis", pois precisamente numa altura em que "existe grande dificuldade de arranjar serviço e meios de sobrevivência, aparece um senhor que quer, agora, inviabilizar uma fonte de rendimento para os taxistas", lamentou, na ocasião, o responsável pela TAXISRAM, Paulo Pereira, ao nosso Jornal.

António Loreto "sabe, dentro de mão, que no dia em que houver mais de uma associação a fazer a distribuição desses mais de 6.000 serviços mensais, tudo será diferente, porque vai ficar muito mais exposto e transparente em todos os aspetos", nomeadamente no que toca aos "próprios serviços que o presidente da AITRAM atribui à sua própria frota de táxis", acusa o administrador da FórumTaxi.

A mesma fonte, em declarações ao JM, alega que o alargamento do acordo com a entidade pública é também um inconveniente para António Loreto no sentido em que este "já não vai poder exigir dos colegas associados e não associados um pagamento extra de 20 a 30 euros para fazer essa mesma distribuição dos mesmos serviços da SESARAM", uma vez que as restantes associações o efetuam de forma gratuita.

Concurso não é solução

Com o chumbo do acordo na passada terça-feira, o SESARAM deu um mês para que fosse encontrada uma solução para abranger as três associações no novo protocolo. Caso contrário, sabe o JM, uma das hipóteses em cima da mesa é a abertura de um concurso público para a prestação de serviços de transporte de doentes não urgentes.

Situação que pode representar um forte abalo nos rendimentos dos profissionais de táxis, e que a própria classe, na voz do administrador da FórumTáxi, diz não compreender, uma vez que duas associações, com associados suficientes, demonstraram estar favoráveis ao protocolo apresentado pelo SESARAM.

Por Catarina Gouveia

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